9 de junho de 2023 2:37 por Da Redação
O vinil não morreu. E a 1ª Feira de Discos de Arapiraca pode provar isso.
O evento acontece neste sábado (10), das 14h às 19h, na Tenda Cultural Mestre Afrísio Acácio, na Praça Luís Pereira Lima (antiga Praça da Prefeitura), em Arapiraca.
Às 15h30, ocorrerá a discotecagem especial em vinil do DJ Arthur Luna, trazendo autênticas brasilidades sonoras no seu setlist.
Aberta ao público, nesta edição-piloto da Feira, haverá venda exclusiva de discos de vinil a partir de R$ 10, além de CDs, DVDs, fitas K7, livros, HQs, Blu-rays, bonés e camisas.
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Vanguarda
No aspecto musical, a segunda maior cidade de Alagoas sempre teve currículo vanguardista, até por ter sido base para o Bar do Paulo, um dos maiores disseminadores do vinil na região através de seu saudoso anfitrião Paulo Lourenço da Silva — em 2023, se aberto, o bar estaria completando 50 anos.
E Arapiraca não ficaria para trás logo agora, com as vendas de vinil ultrapassando as de CDs, pela primeira vez em 35 anos. No ano passado, foram vendidos 40 milhões de discos, por exemplo. Para os fãs do “bolachão”, essencialmente, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e estética do produto. Algo que as plataformas de streaming não nos dá.
Desse modo, nesta primeira edição da Feira de Discos de Arapiraca, isso poderá ser experienciado, com cada entusiasta e curioso(a) podendo pegar o disco em mãos e conferindo sua procedência, a aferir a seriedade do evento.
Na oportunidade, haverá 11 expositores, situados em Arapiraca, Palmeira dos Índios, Feira Grande e Maceió. Isto é, a Feira leva o nome de Arapiraca, mas converge mais núcleos — provando o vanguardismo da cidade, mais uma vez, e mostrando que a união é o melhor veículo para essa retomada de sons e hábitos.
Serão eles: Ginga Discos (Maceió); Solar Discos (Maceió); Sebo Escritos e Discos (Maceió); Quinquilharia Discos (Palmeira dos Índios); Manoel Music (Feira Grande); Radiola 3×1 (Arapiraca); Bolinho Discos (Arapiraca); A Kentinha Variedades (Arapiraca); Use Vinyl (Arapiraca); Júpiter Discos (Arapiraca) e Dudu Discos (Arapiraca).
Orbitando a bolacha
Um desses expositores é, também, um dos organizadores, o discófilo Geneton Araújo, da Júpiter Discos, loja online que fará 5 anos de existência neste próximo Dia Mundial do Rock, dia 13 de julho.
Segundo ele, Arapiraca hoje consume bastante vinil. Além de Geneton, estão na organização desta 1ª Feira de Vinil da cidade os entusiastas Carlos Eduardo Santos, o “Dudu”, e Fernando Lopes, ambos incentivadores culturais e realizadores de eventos relevantes na cidade, como o Arattack e o Arapiraca Rock Clube, respectivamente.
“Estamos realizando o evento diante da necessidade de um movimento como este existir por aqui. Pura e simplesmente. A Feira será uma oportunidade de encontro, inclusive neste pós-pandemia. A eventual venda dos vinis vem em complemento ao nosso amor pelos discos. A troca de ideias e bons papos em eventos assim, por vezes, vale muito mais! Estamos vendo que, aqui, a procura por mídias físicas vem, há uns 5 anos, em um crescimento muito bom. Arapiraca hoje, junto com Maceió, tem um público muito grande de consumo, principalmente, de discos. E esta Feira vem para pulverizar este segmento”, pontua Geneton, que paralelamente trabalha em um escritório de contabilidade no município.
No próximo mês de julho, ele vai abrir sua loja física no bairro Canaã, após 5 anos anos em formato apenas online. “O interessante mesmo é você poder ver e pegar o disco, antes de comprá-lo. Com a pandemia da COVID-19 — um evento infeliz que todos nós tivemos que encarar —, as pessoas curiosamente começaram a procurar muito mais pelo vinil. No meu caso, há 10 vezes mais demanda”, diz ele, que tem 38 anos e desde 2015 comercializa o “bolachão” via Mercado Livre, também com a alcunha Júpiter Discos.
A 1ª Feira de Discos de Arapiraca conta com apoio da Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude; China Tacógrafos; Agência Eitxa! – Marketing e Publicidade; China Pneus; e SOS Motores.
O objetivo maior é que se orbite em torno do evento essa sensação de retorno à gravidade. De onde o vinil nunca deveria ter saído: a ponta da agulha das nossas casas, tocando e invadindo gentilmente os sulcos das nossas vidas.
Assim, criamos um ambiente menos imediatista e mais contemplativo. Nos dois lados.
Fonte: Assessoria