28 de junho de 2023 3:41 por Da Redação
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) em Alagoas emitiu nota para cobrar da Prefeitura de Maceió a valorização dos elementos culturais locais e tradicionais na festa de São João. De acordo com a entidade, a Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) não vem cumprindo o papel de “fomentar a cultura autêntica de nosso lugar”, ao destacar os R$ 7 milhões destinados aos festejos juninos na capital alagoana.
“Os artistas dos super cachês dos sertanejos e similares poderiam estar em qualquer outro momento do ano na programação de Maceió. Por que agora? Por que em detrimento do tradicional? Por que, numa modelagem onde o que é culturalmente nosso e das festas juninas, nem passaram perto do que seriam as atrações principais?”, ressalta a nota.
Leia na íntegra:
A gestão JHC na prefeitura de Maceió, através da Fundação Municipal de Ação Cultural (órgão que deveria fomentar a cultura autêntica de nosso lugar), celebra, com mais de R$ 7 milhões, aquilo que não é nosso. Pior! Promove a desarticulação dos grupos tradicionais como será demonstrado a seguir. A FMAC cumpre sua função?
O que é mais autêntico de nosso Nordeste do que os festejos juninos? As Cirandas do Nordeste e as Matrizes Tradicionais do Forró são Patrimônio Cultural Nacional, e o Coco de Roda encontra-se em vias finais para igual reconhecimento.
Aliás, o IPHAN, em 2022, no maior e mais antigo prêmio nacional (Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade), em uma das categorias, deu o primeiro lugar ao projeto Coco de Alagoas.
No último final de semana, grupos representantes da arte popular que se apresentariam num palco muito menor que o palco dos “sertanejos-de-todo-tempo-do-ano”, foram literalmente arrancados do mesmo. Alegou-se falta de pagamento na estrutura de palco e som.
Perdeu-se a chance de fomentar grupos, detentores, praticantes e público – o que deveria ser a principal motivação da malfadada FMAC.
Afinal, os artistas dos super cachês dos sertanejos e similares poderiam estar em qualquer outro momento do ano na programação de Maceió. Por que agora? Por que em detrimento do tradicional? Por que, numa modelagem onde o que é culturalmente nosso e das festas juninas, nem passaram perto do que seriam as atrações principais?
Nos resta repudiar, veementemente, toda a falta de melhor tratamento e fomento da Cultura Alagoana pela Gestão de JHC.
Deixamos nossa solidariedade aos agrupamentos da cadeia criativa e produtiva do Calendário Junino e do Coco de Roda alagoano que se viram fora do São João de uma importante cidade do Nordeste brasileiro, uma Maceió que parece não querer mais ser Nordeste!