O governo Lula 3 iniciou sob fogo cruzado, com a tentativa frustrada de golpe de Estado no dia 8 de janeiro, de um lado; do outro lado, a velha mídia corporativa e familiar atua articulada para derrubar a popularidade e credibilidade do governo. A esse cenário, se soma a composição conservadora e, em grande medida, reacionária do Congresso Nacional.
O programa de governo apresentado por Lula e Geraldo Alckmin na campanha eleitoral, nos primeiros meses, foi posto em dúvida pelos abutres do mercado financeiro e demais forças conservadoras. Para estes grupos, não seria possível executar as suas linhas centrais. Com a habilidade, aliada à capacidade de negociação do presidente Lula, os entraves foram pacientemente removidos e ou pactuados.
O carro-chefe do novo governo federal são os programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida são, novamente. A discussão com os agentes econômicos não se limitou ao mercado financeiro, mas, avançou com a indústria, o comércio e o agronegócio. Costuras políticas foram realizadas no Congresso Nacional e na sociedade como alternativa de superação dos gargalos políticos e construção de consensos.
As pautas que unificam, como a reforma tributária (PEC 45/19) e o ajuste fiscal foram essenciais para o início do governo que não tem uma base parlamentar consolidada. A base para governar está sendo formada e, no segundo semestre, espera-se que as adversidades mais gritantes sejam reduzidas.
O Lula 3 é o maior desafio para quem já governou o Brasil duas vezes. O terceiro mandato acontece numa conjuntura política nacional de profunda divisão da sociedade, configurando uma fratura exposta provocada pela eleição da extrema-direita em 2018.
O lançamento do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) é o próximo desafio a ser enfrentado como mecanismo de retomada do crescimento do país que esteve estagnado nos últimos seis anos – de Temer a Bolsonaro –, onde milhares de obras foram paralisadas e terão o recomeço anunciado em agosto. Outras obras definidas em comum acordo com os governadores ajudarão a impulsionar a economia, criando novos empregos em cada unidade da Federação.
A audiência que o presidente Lula tem entre os líderes mundiais é fruto da agenda política apresentada de defesa do meio ambiente, combate às desigualdades sociais e defesa da paz.