22 de abril de 2020 11:58 por Marcos Berillo
A morte do açougueiro Cláudio Mandu da Silva finalmente disparou o alerta para reduzir a aglomeração diária no Mercado da Produção, em Maceió. Aos 48 anos, Cláudio morreu no último dia 15, por Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus. A notícia da morte reduziu expressivamente o movimento de consumidores naquele espaço que, uma semana antes, por força da Sexta-Feira Santa, e a despeito do decreto de isolamento, vinha registrando aglomerações diárias.
Embora continue funcionando, por ser um espaço essencial, após a divulgação da morte de Cláudio Mandu o Mercado Público está bem menos movimentado. O medo atinge principalmente os vendedores, que sabem que o açougueiro trabalhou normalmente até a manhã da Quinta-Feira Santa, dia 9. Enquanto centenas de pessoas se aglomeravam nos boxes e balcões, Cláudio já estava infectado e, portanto, espalhando o coronavírus.
Ele começou a sentir indisposição no dia 2 de abril, de acordo com o auxiliar administrativo Marcelo Franklin, de 33 anos, seu parente. Indisposto e gripado, Cláudio fez automedicação com antigripais. “Com os remédios, ele resistiu uns dias e conseguiu trabalhar até a manhã da Quinta-Feira Santa. Mas ele não aguentou mais e foi ao hospital”, afirmou Franklin.
Maior mercado e um dos mais antigos e tradicionais de Maceió, o Mercado Público, instalado no bairro da Levada, é um dos principais centros de abastecimento da capital. Possui 1.478 boxes que vendem carnes, mariscos, peixes, temperos, hortifrutigranjeiros, e até mesmo roupas e artigos medicinais.
O dono de um açougue no local disse que os comerciantes do mercado ficaram preocupados após a morte de Cláudio. “Na Quinta-Feira Santa eu não fui trabalhar. Preferi não abrir a banca pois eu vendo carne e ninguém compra nesse dia. Mas eu conversava com o Cláudio, ele era açougueiro como eu. Então a gente fica apreensivo, ele trabalhou doente por vários dias, não sabemos com quantas pessoas ele teve contato”, disse a ÉPOCA.
A Secretaria Municipal do Trabalho, Abastecimento e Economia Solidária (Semtabes), responsável pelo mercado, lamentou a morte de Cláudio e isolou o box onde ele trabalhava. Em seguida, foi feita desinfecção em todo o mercado.
Com Época