26 de julho de 2023 10:13 por Da Redação
Maceió é a cidade mais importante de Alagoas sob vários aspectos: é a mais populosa, é polo comercial, turístico, econômico, é o polo de saúde com hospitais, clínicas, sedia os campi das duas principais universidade públicas – a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e a Universidade Estadual de Ciências da Saúde (Uncisal) –, o Instituto Federal (Ifal), o Porto de Jaraguá, além de ser a capital.
A decadência a que a cidade vem sendo submetida nos últimos anos impressiona. Os fatores vão desde a crise econômica e social até a falta de projetos estruturantes. Não é novidade que Maceió tem renunciado ao planejamento. A Secretaria de Planejamento foi extinta, quase uma centena de técnicos se aposentaram e não houve concurso para substituir o principal capital que a cidade dispunha no serviço público.
A Secretaria de Planejamento é uma subsecretaria sem capacidade de pensar a cidade nas várias dimensões. Entraram em ação consultores, lobistas, funcionários (alguns) que trabalham para empresas privadas e decidem ou encaminham projetos do interesse da iniciativa privada em detrimento dos interesses coletivos da cidade e da prefeitura.
As tragédias se sucedem em Maceió. A Braskem tem anos de experiência e convivência com agentes públicos e sabe como agir, por isso, tem atuado com firmeza impondo derrotas fragorosas à cidade, à população – em particular as vítimas dos crimes praticados conscientemente – e ao Município.
O improviso é a regra na administração pública. No momento em que for liberado o dinheiro acordado entre Braskem, MPF, MPE e Prefeitura de Maceió, como não há indicativo ou vestígio de planejamento, esse recurso tem chance de ser pulverizado em obras pouco significativas.
Essa é uma tendência quase inevitável. O planejamento de Maceió tem sido realizado pelas construtoras e/ou mercado imobiliário.
Acordo entre a guilhotina e o pescoço
O acordo realizado entre a Braskem e os ministérios públicos é uma evidência de que o domínio é quase absoluto. As vítimas, 60 mil pessoas, ao serem surpreendidas pela nota lacônica da Braskem, de que a Prefeitura de Maceió receberá 1,7 bilhão pelos danos causados pelos crimes que afundaram cinco bairros, sofrem mais um abuso.
Os ministérios públicos Federal e Estadual têm o dever de defender a população, a cidadania como define a Constituição federal. E quando o MP renuncia à condição de defender as vítimas? O polo mais fraco são 60 mil pessoas. Qual a justificativa plausível?
Não é exagero afirmar que esse acordo é simbolicamente feito entre a guilhotina e o pescoço. Sendo a guilhotina representada pela Braskem e o pescoço pelas 60 mil vítimas e a cidade de Maceió com seus quase 1 milhão de habitantes.
1 Comentário
a secretaria de planejamento urbano não sabe fazer um projeto urbano, faz projetos que midiáticos que nunca serão construídos, alem de contar com um secretário que não liga para atual situação da cidade e não sabe fazer planejamento urbano. Queremos projetos de mobilidade, praças acessíveis