O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na última terça-feira (25), que apenas organizações policiais deveriam ter locais para a prática de tiros e que a política de liberar a compra de armas do governo anterior era para “agradar o crime organizado” e “gente que tem dinheiro”. Lula pediu ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, para fechar “quase todos” os clubes de tiro do país.
Os clubes de tiro foram um dos braços longos da extrema-direita no governo Bolsonaro. É de responsabilidade dele a legalização do uso de armas de fogo em larga escala, o treinamento de atiradores e a grande malha que viabilizou a aquisição de arsenais pelas organizações criminosas no país. Isso fortaleceu a indústria bélica nacional e internacional.
“Tem meia dúzia de pessoas que querem [abrir clubes de tiro], não vamos abrir. Eu, sinceramente, não acho que o empresário que tem um lugar de praticar tiro é um empresário. E já disse para o Flávio Dino: nós temos que fechar quase todos, só deixar abertos aqueles que são da Polícia Militar e do Exército ou da Polícia Civil. É organização policial que tem que ter lugar para atirar, para treinar tiro, não é a sociedade brasileira, nós não estamos preparando uma revolução”, enfatizou Lula.
Estabelecer o controle das armas no país é essencial para a segurança das pessoas e das polícias. O crescimento descontrolado do número de armamentos nas mãos de criminosos com registros dados pelo governo (Bolsonaro) terá fim, assim determinou o presidente Lula ao ministro Flávio Dino.
“Tinha uma confusão, pode utilizar arma, pode liberar CACs [caçadores, atiradores e colecionadores]. Eu acho que nós temos que ter claro o seguinte: por que o cidadão quer uma pistola 9mm? Por que ele quer? O que ele vai fazer com essa arma? Fazer coleção? Vai brincar de dar tiro? Porque no fundo, no fundo, esse decreto de liberação de armas que o presidente anterior fez era para agradar o crime organizado, porque quem consegue comprar é o crime organizado e gente que tem dinheiro”, argumentou Lula.
Houve, ainda, redução da validade dos registros de armas de fogo e está prevista a migração progressiva da competência de fiscalização das atividades que envolvem armamento, do Exército para a Polícia Federal.