15 de agosto de 2023 9:40 por Thania Valença
A marca dos bolsonaristas membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para tentar criminalizar o MST é a truculência, acompanhada do despreparo técnico para o exercício da função parlamentar. A passagem malograda da Comissão por Alagoas, na última sexta-feira, 11, é mais uma prova da inutilidade da CPI.
A diligência foi realizada a pedido do deputado Fábio Costa (PP-AL). O grupo visitou assentamentos na região da antiga massa falida da Usina Ouricuri, passando pelos assentamentos Milton Santos, Jaelson Melquíades e Chico do Sindicato, respectivamente assentamentos Ouricuri I, II e III, em Atalaia.
O malogro da CPI do MST, reconhecido pelos próprios bolsonaristas, é consequência de não haver um objeto para investigar. O objetivo da CPI é criar factoides para serem veiculados nas redes sociais da extrema-direita.
Em Alagoas, ao ser confrontado pelos trabalhadores rurais, o ex-ministro do Meio Ambiente e hoje deputado federal Ricardo Salles, gritou: “Vai trabalhar, vagabundo!”. Uma declaração lamentável, que reflete o baixo nível da CPI.
Em nota, o MST afirmou que a visita a Alagoas “demonstrou a desqualificação dos deputados na condução da Comissão, a começar pelo descumprimento da rota estabelecida e aprovada em requerimento na Câmara Federal, quando a comitiva seguida de policiais armados, surpreendeu o acampamento São José, intimidando as famílias acampadas em um espaço símbolo da luta pela terra, em Atalaia e Alagoas por mais de 20 anos”.
Réquiem para a CPI
A maioria da CPI do MST é constituída por deputados bolsonaristas, ex-policiais. Pesam sobre alguns deles acusações de serem financiados por grileiros, garimpeiros, madeireiros e contrabandistas.
A ficha policial é extensa do deputado Ricardo Salles. O deputado tenente-coronel Zucco, presidente da CPI, é investigado pela Policia Federal por perpetrar crimes mediante patrocínio e incentivo a atos antidemocráticos.
Os últimos dias da CPI do MST têm sido de pura vergonha para os extremistas.