domingo 24 de novembro de 2024

Interesses nebulosos atrasam atualização do Plano Diretor de Maceió

População deve ficar alerta para que novo documento não acabe gerando mais segregação urbana

14 de setembro de 2023 6:37 por Da Redação

Prédio histórico ameaçado pelo crime da Braskem | Secom Maceió

O Plano Diretor de Maceió que vigora é o de 2005. O documento, no entanto, deveria ter sido atualizado em 2015, data em que completou dez anos da sua aprovação. O mais importante documento da cidade completou dezoito anos tendo sido aprovado na primeira administração do prefeito Cícero Almeida (2005-2008). Almeida foi reeleito para o mandato de 2009 a 2012.

A atualização deveria ter acontecido durante a primeira administração do prefeito Rui Palmeira de 2013 a 2016. Rui Palmeira também se reelegeu e administrou a capital alagoana de 2017 a 2020.

Nos bastidores, a iniciativa privada atua indicando seus representantes para romper as barreiras administrativas e burocráticas, desarticulando o sistema de fiscalização, influenciando em reformas administrativas onde secretarias e órgãos que planejam e analisam projetos foram seccionados, ardilosamente, para favorecer os interesses privados que estão destruindo com a orla e outras áreas da cidade.

A discussão do Plano Diretor de Maceió não acontece à luz do dia porque foi armado o bloqueio com vários atores econômicos e políticos. Essa tática foi utilizada até 2018, quando aconteceu o maior crime ambiental em área urbana do mundo praticado pela mineradora Braskem, que provocou o afundamento de cinco bairros de Maceió e o êxodo de mais de 60 mil pessoas.

Depois do crime praticado pela Braskem em 2018 e a pandemia do coronavírus de 2020 a 2022, os interesses são bem maiores e localizados. A centralização acontece entre o setor imobiliário e a mineradora Braskem, que foi beneficiada com acordos firmados entre os ministérios públicos estadual e federal, a Defensoria Pública da União, a Prefeitura de Maceió e a empresa, que passou a ter direitos sobre áreas do território destruído como os logradouros públicos, ruas e praças, além de milhares de imóveis particulares que forma indenizados aquém do valor de mercado.

O silêncio da Câmara Municipal constitui a outra face do domínio exercido pelo mercado sobre os entes públicos. Há dois vereadores que vêm discutindo a questão: Valmir Gomes e Teca Nelma.

Os movimentos sociais ainda não se deram conta do tipo de domínio exercido pelos empresários da construção civil e pela mineradora Braskem sobre o solo urbano e o litoral da cidade. A voracidade da especulação imobiliária desenfreada em Maceió é como não houvesse mais os próximos anos para os que tem condições de adquirir imóveis na orla da cidade.

O projeto para essa parcela da população vem sendo desenhado com a construção de “cidadelas” para classe média e os endinheirados. O restante da população vai, cada vez mais, viver nos “guetos” que são os bairros periféricos e as grotas sem as mínimas condições de lazer, transporte precário e caro, insegurança e sem direito a saneamento básico.

A proposta gestada por esse conjunto de senhores e senhoras associados aos agentes públicos que prestam serviços ao mercado vai gerar uma cidade sequestrada no que há de mais bonito e que deveria ser para todos. Essa é a proposta maquinada entre eles contra a população e a cidade.

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