17 de outubro de 2023 6:30 por Geraldo de Majella
O senador Rodrigo Cunha (Podemos) entrou para a base do governo Lula (PT) com o compromisso de indicar o advogado Leandro Almeida, seu amigo e assessor, para o Grupo Executivo de Assistência Patronal (GEAP/AL).
Ele também anunciou a sua filiação ao Podemos, numa tentativa de se fortalecer politicamente em Alagoas e, também, tentar carreira solo, sem a sombra do deputado federal Arthur Lira. Na eleição de 2022, o presidente da Câmara dos Deputados atuou como tutor político e mobilizador junto ao União Brasil, através do Fundo Partidário, para o considerável financiamento da campanha do senador ao governo de Alagoas.
O União Brasil pode perder mais um parlamentar para o Podemos: a senadora Soraya Thronicke (MS), que inclusive foi candidata à Presidência da República, em 2022.
Cunha já foi filiado ao PSDB, quando se elegeu deputado estadual e senador, migrou para o União Brasil e agora pula para o Podemos.
O futuro ‘a Deus pertence’
O senador Rodrigo Cunha é um típico parlamentar de perfil conservador, com práticas semelhantes aos políticos tradicionais que tanto critica, mas, tem procurado estabelecer uma imagem diferenciada entre um público como um político jovem e moderno.
Garantir o espaço que conquistou até agora não é tarefa fácil para quem mantém postura dúbia na vida pública. Do antipetismo público, que o fez ser o xodó dos extremistas na eleição passada, também ganhou a simpatia dos eleitores situados no campo anticalheirista.
O cerco bolsonarista que se formou no seu entorno o associou ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro.
A inflexão que a política real o obrigou a realizar em direção à base de apoio do presidente Lula é a alternativa encontrada na atual conjuntura para criar musculatura entre os “Titãs de Alagoas”: Renan Calheiros e Arthur Lira.
A porta de saída foi a mudança de partido, o ingresso na base aliada e que não foi voluntária, pois recebeu como dote o Grupo Executivo de Assistência Patronal (GEAP/AL) como cota parlamentar.
Rodrigo Cunha não tem grupo político constituído e, também, não se preocupou até o momento em formar um. A falta de uma identidade política é, talvez, a sua principal fraqueza. Não dispõe de vontade para romper as barreiras, já que é um político com carreira solo. A falta de coragem é quem poderá lhe derrotar no intento de se reeleger em 2026, sabendo-se que ainda falta muito tempo, mas, na atividade política, o tempo é um capital que não se pode desperdiçar.