A crise na saúde pública deve ser uma das cartas a serem utilizadas pela oposição ao prefeito JHC nas eleições de 2024. A discussão pública levantada pelo senador Renan Calheiros, sobre a compra do Hospital do Coração pela Prefeitura de Maceió por R$ 266 milhões, é apenas a ponta do problema.
Pesquisas revelam como a população mais pobre, que não tem como pagar plano de saúde, é afetada com o difícil acesso a este direito. Maceió continua com baixa cobertura do Programa de Saúde da Família (PSF), com menos de 30% de alcance.
A crise que não vem sendo enfrentada e nem discutida vai além da compra do hospital por um valor altíssimo. A gestão da Saúde envolve os custos e a falta de profissionais para cuidar dos maceioenses.
A atual gestão não consegue lidar com o principal problema da saúde pública municipal, que é obrigar (não tem outro verbo) os médicos a cumprirem a jornada de trabalho contratada.
Os médicos não trabalham o tempo contratado e recebem excelentes salários quando se compara com a iniciativa privada. Esse não é um problema que surgiu na atual gestão, mas que vem sendo registrado há muito tempo.
Esse é o principal problema e que amplia a crise da saúde. Quem vai enfrentar essa categoria? A crise da saúde atinge, frontalmente, a maior parcela da população. Aqui, mais de 80% dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).
A assistência básica é a principal responsabilidade da Prefeitura de Maceió e um dos gargalos é a ampliação do PSF, associado ao absenteísmo dos médicos, a maioria deles, que não comparecem no horário, que faltam, que inventam qualquer pretexto para não atenderem aos usuários do SUS.
Evidentemente que o valor a ser pago pelo hospital exige esclarecimentos, assim como os objetivos da prefeitura para tão arrojado empreendimento.
Quem vai colocar o guizo no pescoço do gato?