domingo 24 de novembro de 2024

Moradores do Antares resistem em deixar suas casas para passagem de avenida

Eles apresentam proposta alternativa de ligação entre a Menino Marcelo e a Góes Monteiro com menores impactos sociais e ambientais

9 de novembro de 2023 12:01 por Da Redação

Moradores durante audiência na Câmara de Vereadores | Instagram

A obra de duplicação da Avenida Durval de Góes Monteiro e de trecho de Avenida Marcelo, que já vem realizando melhorias e prevê, no seu projeto, a interligação das duas vias de intenso fluxo de trânsito em Maceió, enfrenta um impasse.

Os proprietários de 40 imóveis no bairro Antares, que terão de ser demolidos para a construção da via de ligação entre as avenidas, resistem a deixarem o local. A reivindicação chegou à Câmara de Maceió onde, na terça-feira (7), ocorreu uma audiência pública para discutir o tema, convocada pela vereadora Teca Nelma. O clima ficou tenso entre a comunidade e os representantes do Município.

Os moradores alegam que não foram ouvidos pela prefeitura e que foram pegos de surpresa com a notícia de que teriam de se mudar para dar passagem a uma nova avenida. “Não pode ser dessa forma, isso tem que ser discutido com a comunidade, com a população, com os habitantes daqui. Tem que ser conversado, gente. Por que tem que ser dessa forma? Se não tivesse alternativa, eu entenderia. Ninguém está impedindo que essa pista passe, a gente só não quer que passe demolindo as nossas casas, desapropriando tudo, e que ele [prefeito JHC]encontre alternativa, porque tem!”, afirmou um morador ouvido pelo 082 Notícias.

Trabalhadores asfaltam trecho da Avenida Durval de Góes Monteiro | Secom Maceió

Na terça-feira (7), na Câmara, o representante da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), engenheiro civil Marcos Aurélio, reafirmou a postura da prefeitura. “A desapropriação acontecerá, vocês podem continuar a discussão na Justiça, óbvio que terão que desocupar o imóvel, esta é a lei. Agora, o projeto já está avançado, a prefeitura não é obrigada a avisar ninguém”, disse.

No dia seguinte à sessão no parlamento-mirim – quarta-feira (8) –, a comunidade relatou a visita de fiscais da Seminfra para avaliar os imóveis. O caso deverá ser levado à Justiça.

Alternativa

Os moradores têm uma proposta alternativa para a ligação entre a Góes Monteiro e a Menino Marcelo, que foi apresentada na audiência pública. Segundo eles, é possível fazer a nova via no modelo de binário, o que traria uma série de vantagens, como o aproveitamento de vias existentes, já asfaltadas e com largura superior a oito metros.

“Se você colocar no Google ‘Avenida Maria Carolina Sampaio’, você vai ver a entrada, que hoje não é mais entrada, só é saída de veículos. A entrada seria pela caixa d’água, que é outra pista que dá acesso também à Avenida Durval de Góes Monteiro, por dentro. E ele [JHC] não quer mexer nem em uma e nem em outra. Aí, ele prefere desalojar, desabrigar todas essas casas, desapropiar e botar tudo no chão”, reclama o morador.

Traçado do projeto da prefeitura | Reprodução

De acordo com o projeto alternativo, o número de desapropriações cairia de 40 para 2, reduzindo os custos com este processo, além de diminuir os impactos sociais e ambientais no Antares.

Traçado sugerido por moradores | Reprodução

“Aqui residem pessoas que têm história de vida, que criaram seus filhos. Eu comprei o meu terreno, construí minha casa tijolo a tijolo, vim morar num local que eu escolhi a dedo, porque quando eu cheguei aqui, não tinha nada. Eu falei no Plenário da Câmara que, quando eu cheguei no Antares, a Via Expressa não tinha energia. A Via Expressa era um carro de manhã e outro à noite. A gente atravessava a Via Expressa engatinhando, e é verdade. Hoje eu queria exatamente um lugar assim: calmo, tipo interior mesmo. A paz da gente é essa que você não escuta nada, é uma tranquilidade e, de repente, você se vê na porta da sua casa com uma avenida, mão e contramão, jogando o tráfego da Durval de Góes Monteiro e da Rota do Mar, passando na tua porta e desabrigando, desapropriando as casas dos seus vizinhos com 35, 40 anos de existência. Isso não se faz!”, lamentou o homem.

A obra

As obras estão orçadas em R$ 182 milhões, sendo R$ 42 milhões para a Avenida Durval de Góes Monteiro e R$ 140 milhões na ligação entre a Avenida Durval de Góes e Avenida Menino Marcelo. Os recursos são do acordo da Braskem.

A expectativa da Prefeitura de Maceió é que, quando finalizada, a obra garanta 40% de aumento da velocidade média do fluxo viário, redução do tempo de viagem, melhoria dos fluxos nos bairros adjacentes, segurança no trânsito, entre outros benefícios.

Prefeito JHC vistoria obras na Góes Monteiro | Secom Maceió

Além disso, as obras contarão com sistema de drenagem de águas pluviais, nova iluminação pública, nova rede elétrica, ciclovia, novas calçadas e áreas de estacionamento.

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8 Comentários

  • desapropria, pois a demanda coletiva está acima da demanda particular, Maceió precisa de novas vias pois logo logo Bebedouro vai deixar de ser uma opção, tem que pensar em soluções para ligar a parte baixa a parte alta! URGENTE!!!!!

    • Entendo mas se tiver outra alternativa pq não usá-la . É se fosse a sua casa você pensaria da mesma forma?

    • Mais tem que pagar e indenizar essas famílias fazer acordos financeiros,braskem tá ferrando com tudo,daqui a pouco braskem é dona de tudo

  • Se formos analisar a Braskem não apenas destruiu as vidas dos moradores dos cincos barros afetados pela mineração, mas de toda Maceió. Devido a necessidade de se criar vias alternativas, a ladeira do Calmon e rua do mutange serão completamente fechada, outras famílias terão que deixar seus lares.

  • Rapaz é muita hipocrisia dizer que nao quer que passe carro pq quer clima de interior kkkk agora vi kkk

  • O Progresso é assim, exige sacrifícios de alguns, para promover o bem coletivo. Indenização justa é indispensável.

  • Lamentável a postura da prefeitura. Existem pelo menos duas avenidas que podem ser utilizadas sem necessidade de desapropriação. Parece mais um forte caso de incompetência ou prevaricação. Não bastante a pressão imobiliária que o município vive devido a tragédia provocada pela Braskem, os moradores de Maceió precisam sobreviver à estes desafios. Os moradores do local precisam recorrer a justiça com brevidade para não perder suas casas. E a sociedade precisa acompanhar para não permitir que o recurso seja empregado de forma inadequada.

  • O pior é que essas ruas que querem abrir, serão estreitas e mão única sem canteiros no meio ,como sempre aqui em Maceió, não pensam no futuro, como em outras capitais do nordeste , gomo por exemplo Aracaju e João Pessoa, que dá um banho em infraestrutura na nossa cidade.

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