4 de dezembro de 2023 3:57 por Da Redação
O diretor-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, apontou a classe política alagoana como responsável pelo pânico gerado por conta do iminente colapso das minas de sal-gema que a multinacional explorou por mais de 40 anos, em Maceió.
Nesta segunda-feira (4), durante o Encontro Anual da Indústria Química, em São Paulo (SP), o executivo disse que, desde 2019, quando um relatório mostrou que o rebaixamento de solo em cinco bairros da capital alagoana teve como causa a exploração das minas de sal, a Braskem interrompeu as atividades no local e contratou especialistas para entender o fenômeno.
No evento, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Roberto Bischoff afirmou que a empresa tem o compromisso de dar continuidade ao processo de fechamento das minas, iniciado a quatro anos, “sem colocar em risco as pessoas”.
“Infelizmente, [esse tema]entra em alguma situação política que a gente acaba tendo informações distorcidas, nas redes sociais”, declarou o presidente da multinacional Braskem S/A.
O empresário não fez referências à nomes, mas os alagoanos sabem que a questão política a que Bichoff se refere é o embate entre os grupos do senador Renan Calheiros (MDB) e do deputado federal Arthur Lira (PP), presidente da Câmara Federal, que são adversários.
Desde o agravamento da situação em Maceió, com desocupação de uma área equivalente a 20% do território da capital, o senador Renan vem cobrando medidas em favor da população atingida, e a investigação das responsabilidades acerca do que já foi definido como o maior crime ambiental em área urbana do mundo.
Mais de 60 mil pessoas tiveram que deixar suas casas, enquanto milhares de outras estão isoladas numa área próxima às minas da Braskem. Diante fenômeno geológico, que acabou com cinco bairros, Renan Calheiros propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, para investigar a tragédia ambiental.
Aliado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o deputado Arthur Lira atua para que o governo federal se envolva na questão, e já pediu a liberação de verbas para construção de casas para a população atingida.
Enquanto os dois grupos se digladiam, a Braskem enfrenta queda no valor de suas ações no mercado financeiro. Na manhã desta segunda-feira, 4, a ação preferencial classe A da empresa petroquímica registrou queda de 0,72%. Na sexta-feira, o papel recuou 5,85%.
1 Comentário
Essas fallas de queda nas ações já é uma deixa para deixar o povo sem indenizações e decretar falência, vamos ficar de olho