Por Vitoria Lopes Gomes, do Olhar Digital
Governos estariam vigiando atividade online em smartphones a partir de notificações push, disse o senador dos Estados Unidos Ron Wyden nesta quarta-feira (06). Ele se manifestou em uma carta ao Departamento de Justiça do país, afirmando ainda que autoridades estrangeiras não nomeadas por ele estariam exigindo dados da Apple e do Google, responsáveis pelas notificações.
Espionagem com as notificações push
- As notificações push são aquelas que aparecem na tela para alertar usuários sobre mensagens recebidas, notícias ou atualizações em redes sociais.
- Todas essas notificações passam pelos servidores do Google ou da Apple, a depender do sistema do smartphone, o que permite que as empresas tenham os dados de uso dos usuários.
- De acordo com a Reuters, a acusação de Wayden é que isso as coloca a “em uma posição única para facilitar a vigilância governamental de como os usuários estão usando aplicativos específicos”.
- Na carta, além de acusar governos (que também não foram nomeados por ele) de usarem os dados obtidos com as notificações para monitorar os usuários, o senador pediu que o Departamento revogasse ou alterasse as medidas que impedem discussões públicas sobre espionagem nesse setor.
O que dizem a Apple e o Google
Ao jornal, a Apple afirmou que a carta do senador propiciou uma abertura para atualizar suas políticas de transparência relacionadas às notificações push. Isso porque, segundo a empresa, o governo federal havia a proibido de compartilhar informações sobre o destino desses dados.
Já o Google disse que compartilha com o “compromisso de Wyden em manter os usuários informados sobre essas solicitações” de compartilhamento.
O Departamento de Justiça não retornou os pedidos da Reuters por comentários, nem respondeu se realmente teria impedido a Apple e o Google de falar sobre o assunto.