O Teatro, paixão maior do criador do Cenarte. Aos poucos, foi sendo idealizado o curso livre de teatro. Uma equipe foi formada com o conhecido diretor e ator Adhelmar de Oliveira, pernambucano, mas, com uma identificação muito forte com Maceió. Na capital alagoana, já dirigiu várias peças com o grupo de teatro “Alfredo de Oliveira” e Teatro de Brinquedo de Maceió, pertencente à Funted (Fundação Teatro Deodoro). A iniciativa também reuniu o assessor artístico Gustavo Guilherme de Pontes Leite e o próprio diretor-presidente da Funted, Dr. Braulio Leite Júnior, que tinha o maior interesse em elaborar um plano condizente com a arte que tanto se identificava.
E assim começamos a área de Teatro. Os nossos primeiros professores convidados foram o próprio Adhelmar de Oliveira e João Ribeiro, que ensinaram a parte de texto e interpretação.
Filas foram organizadas para as inscrições, na sede localizada na Avenida Dom Antônio Brandão. Depois, veio o professor Jorge Luís Riscado, carioca, mas, já residente em Maceió. Psicólogo, mas, já professor de teatro com trabalho realizado em algumas instituições da cidade.
E aí fomos para a Pedro Monteiro. Lá, contamos com os professores Ademilson Thomaz de Souza (Missinho) e Delberto Santana. Os mesmos renovaram o currículo do curso livre e programaram com disciplinas em interpretação, maquiagem, criação de indumentária (figurino), dicção, criação de texto, dentre outras. Havia um movimento, uma alegria, uma agitação.
Alunos trajados com roupas por eles mesmos confeccionados. Nas escadarias ou nas calçadas praticavam seus textos, muitas vezes, deles próprios. Era um verdadeiro espetáculo ao ar livre.
Tempos depois, perdemos o professor Misinho, como era conhecido, e uma lacuna foi aberta. Mas, o professor Delberto soube conduzir, perfeitamente bem, a ausência do seu companheiro de trabalho e de arte. Porém, manteve forte e firme a área de teatro.
Hoje continuamos com o nosso curso de teatro, novamente, em novo prédio. Continuamos com o professor Delberto, também conhecido carinhosamente como “Tio Beto”, o único professor da área, que se divide em mil para alimentar o sonho de adolescentes, jovens e adultos em fazer teatro, em ser ator, atriz e formar seu próprio grupo.
O Centro de Belas Artes de Alagoas mantém a área de teatro porque acredita que é responsável também por esse sonho. Bem como, acredita na área de música, dança e artes plásticas (que iremos falar posteriormente). Almejamos para não sermos podadores desses sonhos. O Cenarte Vive… E como vive!
*Eleonora Duse Leite é funcionária pública