Uma das vozes mais ativas contra o crime da Braskem, o jornalista e empresário Alexandre Sampaio lançou uma provocação na última semana. Ele lidera uma associação de empreendedores das regiões atingidas pelo afundamento do solo – fruto da mineração de sal-gema por décadas – e já integrou a diretoria do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB).
Em um vídeo lançado nas redes, Sampaio questiona: “como é que, em poucos meses, a CPI [da Braskem]consegue identificar 15 pessoas diretamente envolvidas [no crime socioambiental da mineradora]e o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, em cinco anos de investigação, e a Polícia Federal, não conseguem chegar a uma conclusão desse inquérito?”, pergunta.
Seguindo ele, essa pergunta tem que ser feita pela sociedade de Alagoas e de Maceió precisam cobrar o resultado do inquérito que apura o afundamento dos cinco bairros da capital alagoana. “Isso é fundamental! Nós temos o acesso ao inquérito negado e a Polícia Federal segue sem cumprir o seu papel, e os Ministérios Públicos também, sem cumprirem o seu papel nesse processo”, cobra.
Comunidades da borda do mapa
No mesmo vídeo ele elogia as conclusões referentes às comunidades prejudicadas pela Braskem. “Apesar de eu não ter tempo de ter lido as centenas de páginas do relatório da CPI, eu vejo, num primeiro momento, como muito positivo [o resultado]. Primeiro, porque reconhece que o problema da borda dos mapas não é apenas geológico, é um problema complexo, não só de ilhamento, como de perda da qualidade de vida e de perigo de vida por estar convivendo permanentemente com o perigo e recomenda a realocação com a indenização dos Flechais, do Bom Parto, da Vila Saem e de toda a borda do mapa [de risco], destacou.