sexta-feira 22 de novembro de 2024

Braskem tenta silenciar lideranças de movimentos por justiça através de ação judicial

Empresa quer proibir manifestações a um raio de dez quilômetros de suas plantas

26 de junho de 2024 10:39 por Da Redação

Ato foi realizado em dezembro de 2021, no Pontal da Barra | Reprodução

A Braskem segue processando as lideranças de um ato interreligioso realizado em dezembro de 2021 na frente da Unidade Cloro Soda, no Pontal da Barra. Entre os citados estão o pastor Wellington Santos, da Igreja Batista do Pinheiro, o cônego Walfran, o pai Célio, o deputado estadual Ronaldo Medeiros, o vereador Francisco Sales, o presidente da Associação dos Empreendedores do Pinheiro, jornalista Alexandre Sampaio, entre outros.

Na época, a manifestação somente foi dispersada no final da tarde, após liminar da Justiça. A ação perdeu o objeto assim que o ato foi encerrado, mas, a empresa segue tentando intimidar as pessoas pelas vias jurídicas. “É um absurdo, mais uma forma de silenciamento e apagamento da existência das vítimas. Eles estão proibindo qualquer ato, qualquer manifestação que esteja no raio de 10 quilômetros da Braskem, é um absurdo”, afirmou a bióloga Neirevane Nunes, que participou daquele protesto.

O jornalista Alexandre Sampaio chama atenção para pontos que considera “perigosos” em um acordo extrajudicial proposto pelos advogados da empresa. “A Cláusula 1ª, item A e item C, você simplesmente está responsabilizando os signatários dessa ação por qualquer pessoa do público em geral que faça qualquer manifestação que ‘atrapalhe Braskem’. Não faz sentido nenhum, absolutamente”, manifestou-se.

Outra coisa é que a ação inviabiliza protestos contra a petroquímica em Maceió. “[Proibir] qualquer via fechada a 10 quilômetros de distância de qualquer uma das plantas da Braskem, significa o seguinte: que eu não posso fazer nada dentro da cidade de Maceió. Quer dizer que se a gente fizer um ato na Praça do Centenário, atrapalha a Braskem. Se fizer um ato na Ponta Verde, atrapalha a Braskem. Então, é simplesmente inviável isso, eu jamais assinaria um negócio desse”, reforçou.

Segundo Sampaio, a empresa responsável pelo afundamento do solo em cinco bairros da capital alagoana está montando uma “armadilha ridícula” para as lideranças dos movimentos que cobram justiça. “Dez quilômetros! Pegue um raio da Braskem [no Pontal da Barra]e traça dez quilômetros. Vai até Ipioca, vai até Marechal Deodoro, vai até o Tabuleiro, velho. Pega todo o Centro da cidade, a Fernandes Lima. Quem é que vai ficar proibido fazer qualquer tipo de manifestação?”, disse o jornalista.

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