Por Iram Alfaia, do portal Vermelho
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que a população brasileira vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220,43 milhões de habitantes. A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199,3 milhões em 2070.
Os dados fazem parte das primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo Demográfico 2022, divulgadas na última semana.
A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, afirma que esse recuo será bastante desigual regionalmente.
“A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”, explica.
Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028.
Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a fazer essa inflexão, em algum momento após 2070. Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064.
A pesquisa registrou ainda que, de 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. Entre os estados, a taxa mais alta foi de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39). Essa mesma taxa deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo.
As Projeções de População orientam políticas públicas das três esferas de governo e permitem que o IBGE atualize as amostras de suas pesquisas domiciliares.
A gerente diz que a principal importância das projeções é informar qual é a população do país a cada ano, pois os censos demográficos ocorrem apenas a cada dez anos.
“Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”, afirma.
Ela lembra que a redução da taxa de fecundidade ocorre desde os anos 1960. “Vários fatores contribuíram para isso, como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, explica.
Outros dados divulgados pelo IBGE:
– A idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070.
– Idade média em que as mulheres tinham filhos era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070.
– Número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070.
– De 2000 a 2023, taxa de mortalidade infantil recuou de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,8 em 2070.
– Esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070.
– De 2000 a 2023, proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos.
– A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve chegar aos 48,4 anos em 2070.