Por Mariana Andrade, do Metrópoles
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024 (período de abril, maio e junho), frente ao primeiro trimestre deste ano. As informações foram divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3/9).
O índice ficou acima da expectativa do mercado, que projetava crescimento entre 0,9% e 1,1%.
No primeiro trimestre, a economia brasileira cresceu 0,8% em comparação com o quarto trimestre de 2023. O PIB acumulado do ano ficou em 2,5%.
Os destaques para o período (de janeiro, fevereiro e março) foram os serviços (1,4%) e a agropecuária (11,3%), enquanto a indústria ficou estável (-0,1%).
Indústria e serviços impulsionam o PIB do 2º trimestre de 2024
A expansão da economia brasileira foi impulsionada pelo crescimento do setor de serviços (1%) e da indústria (1,8%), que compensou o recuo (-2,3%) da agropecuária no período.
Pela ótica da despesa, todos os indicadores subiram em relação ao trimestre anterior. O consumo das famílias e o consumo do governo tiveram alta de 1,3%, e os investimentos subiram 2,1%.
Sob o recorte do setor externo, as exportações de bens e serviços aumentaram 1,4%, enquanto as importações de bens e serviços cresceram 7,6% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
O PIB representa a soma dos produtos e serviços finais do país em determinado período. Neste segundo trimestre, ele totalizou R$ 2,9 trilhões, divididos em:
- R$ 2,5 trilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos; e
- R$ 387,6 bilhões de Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
De acordo com os resultados do IBGE, o PIB do Brasil avançou 3,3% em relação ao segundo trimestre de 2023. O crescimento acumulado em quatro trimestres é de 2,5%.
Os destaques do PIB no 2º trimestre:
- Indústria: 1,8%
- Serviços: 1,0%
- Agropecuária: -2,3%
- Consumo das famílias: 1,3%
- Consumo do governo: 1,3%
- Investimentos: 2,1%
- Exportações: 1,4%
- Importação: 7,6%
Indústria e construção
O IBGE atribui a guinada da indústria no segundo trimestre ao desempenho das atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e gestão de resíduos (4,2%), resultado favorecido pelo aumento do consumo de energia e pela continuidade da bandeira tarifária verde.
A indústria de transformação também subiu (1,8%). Por outro lado, a indústria extrativa caiu 4,4%.
Houve o bom desempenho na construção, com crescimento de 3,5%.
Serviços
O setor de serviços, que está no maior patamar nominal da série histórica, apresentou alta devido ao crescimento nos seguintes subsetores: atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,0%); informação e comunicação (1,7%); comércio (1,4%); transporte, armazenagem e correio (1,3%); administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,0%); atividades imobiliárias (0,9%); e outras atividades de serviços (0,8%).
Agropecuária
A agropecuária recuou 2,3% no segundo trimestre de 2024. A queda era esperada devido às condições climáticas no fim do ano passado, quando as safras sofreram com seguidas ondas de calor, além do volume alto de chuva em partes do país e da seca em outras regiões.
Destaques do PIB ante o mesmo trimestre de 2023:
- Indústria: 3,9%
- Serviços: 3,5%
- Agropecuária: -2,9%
- Consumo das famílias: 4,9%
- Consumo do governo: 3,1%
- Investimentos: 5,7%
- Exportações: 4,5%
- Importação: 14,8%
As estimativas para 2024
Até julho de 2024, a estimativa oficial do governo federal, inclusive presente no Orçamento de 2025, era de um crescimento de 2,5% no acumulado do ano.
O mercado financeiro projeta que o país vai crescer 2,46% neste ano, segundo dados do último Relatório Focus do Banco Central (BC), divulgado nessa segunda-feira (2/9).