Em 2007, o Bom Parto, um bairro periférico localizado na margem lagunar da capital alagoana, era encarado muitas vezes pela sociedade como perigoso. No entanto, este bairro, um de muitos lugares de pretos, pobres e vulneráveis, veio a confirmar a regra de que “até na lama nasce flor”. Surge ali o Quintal Cultural, importante polo da cultura periférica diversa que neste domingo, 8 de setembro, comemora 17 anos de (R)existência – como sempre com muita música, poesia, mostra audiovisual, entre outras atividades.
A festa começa a partir das 14h, na sede do Quintal Cultural, na Rua Sol Nascente, 184, Bom Parto e a entrada é gratuita. “Nesse 17º ano, o Quintal Cultural, demonstra a resistência desse espaço enquanto um produtor de cultura, agregador também de outros segmentos, venceu a pandemia, se reinventou, virando assim um espaço de apoio e de assistência à comunidade mas não só do seu lugar, onde se estabelece o Quintal, mas de todo o estado”, comemora Rogério Dyaz, membro fundador do Quintal Cultural e fazedor de cultura.
Para essa comemoração, toda uma programação será marcada pela diversidade cultural, com apresentações de:
1. Poesia na Trincheira;
2. Nego Pedru;
3. Ed Salú da Banda Nação Palmares; e
4. Rapper Alyne Sakura.
Para além da parte lúdica, o aniversário também vai promover uma atividade formativa que vai proporcionar aprendizado para as pessoas que querem enveredar pelo mundo dos editais e projetos culturais. Trata-se da Oficina de Criação de Portfólios Culturais (PNAB). Com Guilherme César, as incrições podem ser feitas no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdmAAqF4nTFFbrHtezfgZvlisUnWnwmkgn5NO9UZcyPHGRWXg/viewform
E como se não bastasse, haverá espaço para outra celebração, já que a festa vai agregar a comemoração de outro membro fundador, o músico, compositor, articulador cultural, Fágner Dübrowm, importante personagem da cultura alagoana.
Cabe destacar que o Quintal Cultural “deixou” de ser um espaço de disseminação de arte, para se tornar um polo de confluência de forças, despontando como o grande fundador do Movimento dos Povos das Lagoas – MovLagoas, frente formada por dezenas de entidades integrantes e parceiras, a maioria com sede e/ou atividades desenvolvidas no Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba – CELMM. Além de assistir pessoas num momento difícil da vida, a exemplo da pandemia do Covid-19, junto com tudo isso o Quintal continuou fazendo atividades culturais dentro das limitações do período e voltou reinventado e mais forte depois.
“É isso, 17 anos de uma continuidade, de uma atividade em que o Quintal vem antes, vem lá do Clube dos Amigos, em 91, depois aqui em 96 surge o Grupo Rebeldes e o Mulungu, e o Centro Cultural Mulungu, até agora, ou seja, são mais de 30 anos de atividade, além do Carnaval também, que está sempre aí, sendo uma referência de atividade cultural comunitária”, finaliza Dyaz.
O Instituto Quintal Cultural
Fundado no dia 7 de setembro de 2007, na época ainda em chão de terra, sem muita estrutura, ainda assim o Quintal Cultural já naquela época recebeu apresentações artísticas das mais variadas como peças teatrais, oficinas, além de abrir espaço para que iniciativas culturais fora dos grandes circuitos pudessem acontecer.
O Quintal Cultural em 2010 foi ganhador do prêmio Preto Ghoez, da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural do Ministério da Cultura (SID/MinC), que possibilitou parte da reforma, investimento em kits para as crianças que dançam breack e a contratação de uma educadora que acompanhou o desenvolvimento escolar e familiar das crianças da comunidade.
Com tudo isso, o Quintal Cultural está ainda numa região que foi profundamente afetada pelo efeitos da mineração predatória de sal-gema da Braskem, mas não interrompeu as suas atividades, ressaltando assim o caráter social do projeto.
Serviço:
O que: Aniversário de 17 anos do Quintal Cultural
Onde: Rua Sol Nascente, nº 184, bairro Bom Parto
Quando: Domingo (8), às 14h
Quanto: Entrada gratuita
Mais informações: (82) 98220-3194
Por Assessoria