14 de outubro de 2024 11:28 por Da Redação
O Movimento pela Soberania Popular na Mineração em Alagoas (MAM) manifestou repúdio ao incêndio criminoso ocorrido na madrugada da terça-feira, 8, na residência do procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo.
O imóvel fica localizada no bairro do Pinheiro, em Maceió, e é um dos poucos que ainda não foram negociados com a Braskem, responsável pela evacuação do bairro por causa do afundamento do solo devido à mineração de sal-gema.
“Essa é a quinta vez que a residência de Cássio Araújo é invadida desde novembro, quando a Braskem de forma arbitrária e sob força policial, teria invadido o imóvel”, lembra a nota. No texto, o MAM afirma que o crime da terça-feira representa mais uma violência não só a Cássio Araújo e sua família, “mas também à luta das mais de 60 mil vítimas dos cinco bairros afetadas pela mineração da Braskem”.
Na nota, o MAM exige que as autoridades competentes realizem uma investigação rigorosa e imparcial sobre o ocorrido, “punindo os responsáveis por mais este ataque covarde”.
Leia:
NOTA DO MOVIMENTO PELA SOBERANIA POPULAR NA MINERAÇÃO EM ALAGOAS – MAM/AL
É com profunda indignação que manifestamos nosso repúdio ao incêndio criminoso ocorrido na madrugada desta terça-feira, 8 de outubro de 2024, na residência do procurador do Ministério Público do Trabalho e coordenador-geral do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB), Cássio Araújo, localizada no bairro do Pinheiro, em Maceió. Cássio Araújo, que vem desempenhando papel essencial na defesa das vítimas do maior crime socioambiental em área urbana no mundo, sendo uma das vítimas resistentes no bairro do Pinheiro, viu sua casa e seu patrimônio serem destruídos por um incêndio de característica criminosa.
Essa é a quinta vez que a residência de Cássio Araújo é invadida desde novembro, quando a Braskem de forma arbitrária e sob força policial, teria invadido o imóvel. O incêndio desta madrugada [terça-feira, 8] representa mais uma violência não só a Cássio Araújo e sua família, mas também à luta das mais de 60 mil vítimas dos cinco bairros afetadas pela mineração da Braskem. Além do prejuízo material estimado em R$ 6 milhões, o incêndio destruiu parte de uma vasta e inestimável coleção de cerca de 20 mil livros, afetando profundamente o patrimônio cultural da vítima e da sociedade.
Esse ato de violência fere, acima de tudo, os princípios democráticos de justiça e o direito de defesa das vítimas, tentando intimidar e calar a voz de quem luta por reparação e dignidade. Reiteramos que não toleraremos qualquer forma de violação, intimidação, ameaça ou violência contra aqueles que dedicam suas vidas à defesa dos direitos dos atingidos pelos crimes da mineração no Brasil. Exigimos que as autoridades competentes realizem uma investigação rigorosa e imparcial sobre o ocorrido, punindo os responsáveis por mais este ataque covarde.
Neste momento, nossa solidariedade está com Cássio Araújo e com todas as vítimas da Braskem, reforçando nosso compromisso em lutar ao lado daqueles que buscam justiça pelo crime socioambiental da Braskem em Maceió. Não nos calaremos diante de tentativas de silenciamento. A justiça e a verdade devem prevalecer.
Maceió, 09 de outubro de 2024