A Câmara de Vereadores de Maceió realizou duas sessões consecutivas, na quinta-feira (17) – uma ordinária e outra extraordinária, ambas para análise das contas do prefeito João Henrique Caldas (JHC), do PL, referentes ao triênios 2021/2023. O que chamou a atenção foi a rapidez surpreendente com que as contas foram aprovadas. O processo, que deveria ser minucioso, durou menos de quatro minutos.
O prefeito enviou a mensagem solicitando urgência na tramitação das contas pela manhã, e, em poucas horas, a Câmara já havia aprovado a matéria sem qualquer contestação. Esse trâmite acelerado reflete um desrespeito à transparência e à participação popular, evidenciando uma relação de conivência entre o Executivo e o Legislativo, sem prestar contas à população.
O presidente da Câmara, Galba Netto (PL), nomeou como relatores o vereador Chico Filho (PL), líder do governo e presidente da Comissão de Constituição e Justiça, e Brivaldo Marques (PL), presidente da Comissão de Orçamento e Finanças. Ambos elaboraram um parecer conjunto favorável à aprovação das contas, reforçando ainda mais a ideia de que existe um controle do prefeito sobre o processo legislativo.
A influência de JHC sobre o Poder Legislativo é evidente e incontestável. Sem oposição significativa, especialmente após as eleições, onde o prefeito e outros 17 vereadores foram reeleitos, o governo municipal navega com tranquilidade, sem se preocupar com críticas.
O cenário para a próxima legislatura, que se inicia em 2025, parece ainda mais preocupante, com a perspectiva de um Legislativo ainda mais submisso ao Executivo, perpetuando um ciclo de falta de debate e transparência.