Pesquisadores e estudantes do Projeto Corais do Brasil, do curso de Engenharia de Pesca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) se reuniram no último dia 11 de outubro com gestores e pescadores na sede da colônia de pesca Z13, em Lagoa Azeda, na Reserva Extrativista da Lagoa do Jequiá, em Jequiá da Praia/AL, para uma oficina sobre Espécies Invasoras Marinhas.
A iniciativa teve o objetivo de capacitar e avaliar a percepção de pescadores tradicionais, que vivem diretamente da pesca, para lidar com impactos de espécies marinhas que vem invadindo o litoral alagoano e podem causar sérios efeitos às espécies nativas com riscos à saúde e ao pescado da região.
O professor Ricardo Mirando, líder do grupo Corais do Brasil e do Laboratório de Ecologia e Conservação no Antropoceno (Ecoa Lab), conta que as atividades desenvolvidas na oficina incluíram dinâmicas com os pescadores para avaliar sua percepção sobre os impactos que causam as espécies invasoras, assim como a demonstração de amostras das espécies para reconhecimento, importância da identificação e do manejo destas espécies, formas de manuseio, riscos às espécies nativas, à saúde e ao bem estar dos pescadores e turistas.
“Outras atividades do projeto incluem conversas e entrevistas com os pescadores, para avaliar o impacto das invasões nas percepções sociais de maneira mais aprofundada, além de mergulhos científicos nos recifes da costa alagoana para monitorar o avanço dos invasores e análises no laboratório para avaliar os impactos ecológicos sobre espécies nativas como peixes e corais, como na competição por alimento (dieta) e os efeitos na cadeia trófica”, diz.
A oficina faz parte das atividades que estão sendo desenvolvidas no projeto “Invasores Marinhos”, que busca avaliar e lidar com os impactos ecológicos e socioeconômicos de espécies como o Peixe-Leão e o Coral-Sol no litoral alagoano, especialmente nas unidades de conservação (UCs) federais como a RESEX Jequiá no sul e a APA Costa dos Corais no norte do estado.
O evento contou com a participação dos pescadores tradicionais de Lagoa Azeda, além da Associação de Mulheres Muquequeiras Pescadoras de Lagoa Azeda (Ammpla) representada por Eliane Paulino, professores da Unidade Penedo da Ufal, como o professor Claúdio Sampaio “Buia”, do Laboratório de Ictiologia de Conservação (LIC), e o professor Éder Bezerra e seus estudantes do curso de Engenharia de Pesca e Turismo, além do secretário de meio ambiente de Jequiá da Praia, Luiz Antônio Gomes.
Invasores Marinhos
O projeto “Invasores Marinhos” é desenvolvido pelo grupo Corais do Brasil, liderado pelo professor Ricardo, em parceria executiva com o Ecoa Lab, coordenada pelo professor Robson Santos, e a ONG Instituto Biota, representada por Bruno Stefanis; e conta com o financiamento da instituição inglesa The Rufford Foundation.
O projeto conta também com a parceria dos núcleos gestores do ICMBio das UCs mencionadas, do professor Buia do LIC e de outros laboratórios de pesquisa do PPG em Diversidade Biológica e Conservação dos Trópicos da Ufal e do projeto PELD-CCAL. Além do professor Ricardo Miranda, o grupo do projeto que participou da oficina foi formado por: Norah Gamarra, Thaila Oliveira, Felipe Alexandre, Priscila Oliveira, Arthur Cabral, Janaína Matias, Carolina Neves e Thiago Hara.
O grupo Corais do Brasil é formado por profissionais de diferentes áreas da Biologia, Ecologia e Comunicação, e desenvolve pesquisa e divulgação científica voltado a gestão e conservação de ambientes recifais do Brasil, com colaboração de diversos parceiros em Alagoas e outros locais do Brasil. Para saber mais acesse: @coraisdobrasil.br
Por Assessoria