sexta-feira 15 de novembro de 2024

Extremismo, ódio e intolerância alimentam o terrorismo no Brasil

Ataque a bomba em Brasília é resultado de uma combinação de discurso de ódio da extrema-direita com discurso golpista de Bolsonaro
Reprodução

Por Geraldo de Majella*

Santa Catarina é o estado da região Sul onde os grupos de extrema-direita mais se consolidaram nos últimos anos. O crescimento é impulsionado, principalmente, pelo uso massivo das redes sociais e pela acentuada polarização política no país. Esses grupos abrangem tanto organizações estruturadas quanto movimentos difusos, que promovem pautas de intolerância religiosa, política, racismo e hostilidade contra as instituições democráticas.

O discurso de ódio tem sido um elemento central para o fortalecimento da xenofobia em Santa Catarina e em várias regiões do Brasil. Nas redes sociais, esses discursos se intensificam, promovendo a intolerância contra grupos específicos, como migrantes de outras regiões do Brasil, especialmente do Nordeste, e também estrangeiros, como haitianos e venezuelanos.

A mobilização pelo ódio em Santa Catarina ganhou força e engajamento nos últimos anos, impulsionada por lideranças extremistas alinhadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse ambiente permitiu o ressurgimento de organizações como o movimento integralista, que, inspirado em ideologias nacionalistas e autoritárias, encontrou novas formas de engajamento e recruta apoiadores por meio das redes sociais.

O atentado terrorista ocorrido no dia 13, no estacionamento da Câmara Federal e na área externa do Supremo Tribunal Federal (STF), praticado por Francisco Wanderley Luiz, 59 anos, ex-candidato a vereador pelo Partido Liberal (PL), alinha-se diretamente ao proselitismo político extremista que tem se intensificado nos últimos anos no Brasil.

Esse atentado terrorista ainda é fruto da mobilização golpista comandada por Jair Bolsonaro e seus apoiadores militares e civis, políticos com mandatos eletivos e empresários.

O governo de Jorginho Mello (PL), em Santa Catarina, tem sido marcado pelo extremismo, refletido diretamente no aumento da violência policial. Sob sua gestão, Santa Catarina alcançou o top 3 dessa modalidade, dividindo o pódio com São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Não é por acaso que são unidades da federação governadas por extremistas.

Santa Catarina tem se destacado como uma incubadora de extremistas, com uma representação parlamentar majoritariamente alinhada a pautas de extrema-direita. A bancada catarinense no Congresso Nacional reflete essa inclinação, sendo composta em grande parte por parlamentares que defendem políticas reacionárias que questionam as instituições democráticas, promovem a intolerância ou endossam uma retórica de confronto.

*É historiador e jornalista

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