27 de fevereiro de 2020 4:14 por Marcos Berillo
O setor sucroalcooleiro ainda domina a pauta exportadora alagoana que, em 2019, alcançou a cifra de US$ 312,40 milhões, ante US$ 665,97 milhões de importações. Assim, no ano passado, o déficit registrado na nossa balança comercial foi de US$ 353,57 milhões.
De acordo com levantamento feito pela Área Internacional da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), o Estado ocupa a 4ª posição entre os exportadores de açúcares de cana do Brasil. O produto representa mais de 87% das nossas exportações.
O cenário, aponta a Fiea, é favorável à expansão e modernização do setor sucroalcooleiro do Estado. Um exemplo, destaca a entidade representativa da Indústria, é o Projeto Brazil Sugarcane Bioenergy Solution, parceria entre o Apla (Arranjo Produtivo Local do Álcool) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos).
A iniciativa agrega empresas e instituições públicas e privadas, ligadas ao setor sucroenergético, cobrindo a cadeia agroindustrial da cana-de-açúcar desde o desenvolvimento de tecnologias industriais e agrícolas, fabricação de máquinas e equipamentos, ampliação de variedades de cana e prestação de serviços diversos, até a participação efetiva no desenvolvimento e estruturação de mercados.
Outros produtos
Outros produtos que Alagoas exporta, em menor escala, são derivados do coco, cervejas artesanais e cachaças premium, ambas com reconhecimento internacional. E também produtos de identificação geográfica da terra, como é o caso da renda filé e da própolis vermelha – reconhecidas pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI).
Mas também é preciso diversificar a pauta exportadora se a economia quiser crescer explorando diferentes mercados. É por isso que a Fiea anunciou uma série de ações estratégicas com esse objetivo: favorecer a internacionalização de empresas alagoanas.
São consultorias, missões e estudos de inteligência comercial, participação em feiras nacionais e internacionais, entre outras.
Encontro internacional
Uma das principais atividades está confirmada em 2020: é o VII Encontro Internacional de Negócios (Enin), que acontece desde 2007. Promovido a cada dois anos, o evento proporciona um ambiente propício à comercialização de diversos produtos brasileiros, especialmente das micro e pequenas empresas.
O intuito é internacionalizar a região Nordeste e demais regiões brasileiras de forma sustentável e permanente. No Enin, abrem-se as portas do mundo para as empresas brasileiras por meio de encontros de negócios com compradores nacionais e internacionais, gerando oportunidades de comercialização interna e externa dos nossos produtos.
Em 2020, outro desafio é expandir as ações no setor de agronegócio, com a formação de um grupo de produtores locais de pimenta para a exportação de seus produtos e aproximação dos produtores de soja e derivados do Estado.
Outros segmentos na pauta são o de energia renovável, com foco na energia solar e seus sistemas geradores; e de alimentos e bebidas, com a realização de diversas feiras e missões nacionais e internacionais.
O setor de vestuário e acessórios, com o apoio do Sindicato das Indústrias do Vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação de Bijuterias e de Joalheria (Sindivest/AL), já conta com um trabalho consolidado de participação de empresas alagoanas em diversas missões e rodadas de negócios da Rede CIN.
Um exemplo disso é o Minas Trend, considerado o maior salão de negócios da Indústria da Moda na América Latina, com a participação do Coletivo Alagoas. Em 2020, serão realizadas as missões anuais para o segmento, além de cursos de capacitação no exterior.