26 de abril de 2020 1:17 por Marcos Berillo
Quando a pandemia passar, para muita gente, será um alívio. Mas, para a Mãe Vera de Oyá, será o recomeço de uma difícil batalha para continuar com os projetos sociais que coordena na parte alta de Maceió. É que a Casa de Resistência de Matriz Afro – Abassà de Angola Oya Igbale, espaço de religião de matriz africana, situada nas proximidades do bairro Cidade Universitária, segue ameaçada por uma ordem de despejo.
O imóvel só não foi ao chão porque, após sofrer pressão, a Prefeitura de Maceió suspendeu todas as ações de desocupação na cidade enquanto perdurar a determinação de isolamento social em razão da pandemia do coronavírus.
De acordo com o Município, durante execução de obras de drenagem foi constada a existência de loteamento irregular e construções em área pública. Construções em andamento, mas não ocupadas, já foram demolidas para viabilizar a execução da obra. Mãe Vera recebeu a ordem de despejo no dia 17 de abril último.
“A maioria dos moradores dessa região são negros e negras que vivem em situação de vulnerabilidade e invisíveis perante a sociedade, que precisam de dignidade e estabilidade social”, denunciou ela, em carta aberta à sociedade.
É diante desta realidade que a Casa de Resistência de Matriz Afro – Abassà de Angola Oya Igbale auxilia diversos projetos sociais, como o Maracatu Raízes da Tradição. O espaço iniciou uma campanha de arrecadação de alimentos e produtos de limpeza, devido ao impacto social causado pela pandemia de Covid-19 na comunidade.
Após o Instituto Negro de Alagoas acionar o Ministério Público Estadual de Alagoas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/AL), a Defensoria Pública Estadual, e a Rede de Terreiros dialogaram com a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (SEMSC).
Na reunião, foi definido um consenso com o auxílio do Poder Executivo, para encontrar solução e abrigo para essas milhares de famílias que se encontram nessa região. O despejo e a demolição foram prorrogados até o final do decreto de quarentena.
Nesse momento, um grupo jurídico, instituído pelos Movimentos Sociais da região, lutam pela regularização fundiária.
Enquanto isso, a Casa de Axé necessita de alimentos, produtos de limpeza, materiais de higiene (principalmente sabão e álcool) para dar continuidade aos projetos sociais. Também é possível fazer doações em dinheiro na seguinte conta:
Caixa Econômica Federal
Agência 0840
Op 013
Conta 00044862-0
Veronildes Rodrigues Silva
Contatos: (82) 98727 9459 e 98214 3366
Perfil no Instagram:
@_abassadeangola
Com assessoria