22 de dezembro de 2020 1:57 por Da Redação
Geraldo de Majella
O prefeito eleito de Maceió, JHC, indicou o deputado estadual Davi Maia (DEM) para coordenar o grupo de transição, função exercida cada vez mais pelo deputado, com características de primeiro-ministro da administração municipal.
Davi Maia tem 34 anos, com origem num antigo braço oligárquico rural da cidade de Quebrangulo, onde os seus ascendentes foram chefes políticos, e o pai, Marcelo Lima, tem sido eleito e reeleito prefeito nas últimas décadas.
A família se formou nos meandros do aparelho de Estado ‒ o que se costuma denominar de máquina pública. O Estado (administração pública) é a origem desse “baronato quebrangulense”.
O senso de oportunismo é uma característica do jovem deputado, que tem surfado na onda liberal, nas redes sociais e se apresenta como membro do Renova Brasil e do Movimento Brasil Livre, constituídos para formar militantes que objetivam a redução das ações do Estado brasileiro.
A privatização das empresas públicas e a privatização da saúde e da educação pública são bandeiras que esses liberais têm defendido. Quando não é possível realizar a privatização clássica na área da saúde e da educação, os seus agentes no parlamento procuram reduzir as ações e o papel desses setores, incentivando as privatizações mascaradas através das Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs).
Esse modelo será aprofundado na administração JHC. As Secretarias Municipais de Saúde e de Educação, pelos motivos óbvios: os milionários fundos da saúde e da educação básica serão as pontas de lança do projeto.
O pensamento liberal que Davi Maia incorporou não é exclusivo dele; o prefeito JHC e o senador Rodrigo Cunha formam a tríade do liberalismo na administração de Maceió.
Esses três jovens conservadores estão montando um núcleo de gestores por convicção ou conveniência para implementar um laboratório de políticas liberais na prefeitura de Maceió. Em breve, os funcionários públicos e a sociedade terão saudades do prefeito Rui Palmeira.
A juventude da tríade tem uma característica incomum: a avidez indisfarçável pelo poder.
Ao revisitar o jargão conhecido em Alagoas de que determinado secretário tem portas abertas em Brasília, a tradução literal é que há um grupo de lobistas operando para o gestor público. Essa prática é mais antiga do que as oligarquias alagoanas.
Nenhum governante pode exercer o poder sem que seja fiscalizado.
União e olho vivo.