23 de dezembro de 2020 11:36 por Eduardo Magalhães
Escrevo essas observações ás vésperas do Natal envolvido por uma mistura de decepção e tristeza. Diante de toas as situações que vivi, sempre assumi uma atitude positiva e em geral otimista. Hoje, no entanto, poucos dias antes da posse dos novos gestores de Maceió, nuvens carregadas de dúvidas (e pandemia) parecem ameaçar os sonhos da nova gestão.
Em 1973, no auge do escândalo do Watergate, nos Estados Unidos, Don Wrather, então âncora da CBS Television, publicou um livro sensacional intitulado The camera never blinks (A câmera nunca pestaneja) no qual descreve dezenas de ocasiões em que as câmeras da TV flagraram Nixon em obvias situações em que estava mentindo. O que o Presidente dizia não coincidia com o que a expressão facial transmitia.
Recentemente, durante a transmissão do discurso de vitória de JHC, Prefeito-eleito de Maceió, enquanto aguardava a sua chegada ao hotel da celebração da vitória, Ronaldo Lessa vice-Prefeito eleito da Capital concedeu uma dificílima entrevista a uma das emissoras na qual deixava bem claro que teria imensa dificuldade em ser segundo num palco, a política, onde sempre ocupou as posições de maior destaque.
Ronaldo Lessa é uma das personalidades políticas mais respeitadas e queridas da recente História Política de Alagoas. Sua história que vai de importante trabalho como engenheiro numa das maiores obras de engenharia do Brasil, a Ponte Rio-Niterói, até sua destacada atuação como Deputado Estadual, Vereador de Maceió, Governador do Estado e Deputado Federal.
Na referida entrevista, ficou bem claro que ainda não tinha sido assimilada por Ronaldo Lessa a cruel verdade de que já não seria o responsável pela última palavra, o detentor da informação correta e sem contestação. Mesmo sem a presença de JHC no palco, no momento da entrevista, estava muito claro que Ronaldo Lessa, mesmo vestindo uma camiseta azul singela de praia (sempre andou de paletó e gravata e até de jaleco) não se sentia confortável. Quem nasceu para ser primeiro violino não se sente à vontade tocando flauta doce numa orquestra sinfônica cujo sucesso, em grande parte, deve-se a ele também.