terça-feira 8 de abril de 2025

Tarcísio da Livro 7, uma vida dedicada ao livro e à cultura

A imagem que eu tenho do Tarcísio Pereira é a de um empresário que viveu com satisfação, trabalhando com o que amava e lhe dava prazer.

26 de janeiro de 2021 2:12 por Geraldo de Majella

Tarcísio Pereira

 

Morreu de Covid-19 o livreiro Tarcísio Pereira, fundador da livraria Livro 7 de Recife, reconhecida pelo Guinness Book como a maior livraria brasileira em tamanho e em quantidade de exemplares (60 mil). Inaugurada em 27 de julho de 1970, como um pequeno espaço de 20m² administrado pelo livreiro, anos depois chegou a ter 1.200m². Localizava-se na Rua Sete de Setembro, na área central do Recife. A Livro 7 se expandiu para além das fronteiras de Pernambuco e abriu filiais em Alagoas, na Paraíba e no Ceará.

A sua morte é como se fosse a de um parente muito próximo. Eu o conheci como milhares de clientes de sua livraria; não tinha intimidade, mas lembro-me dele quando estive lá, ainda muito jovem, pela primeira vez, em 1980. Havia ido ao Recife assistir a uma palestra de Luiz Carlos Prestes e depois fui conhecer a Livro 7.

Livraria Livro 7

A Livro 7 do Recife tornou-se para mim uma referência e o lugar onde eu fazia o meu turismo cultural. Inúmeras vezes fui a Recife para comprar livros. Isso não cessou com o fechamento da livraria, pois continuei a ir com os amigos Sidney Wanderley e Aldo Reis, quase que religiosamente, comprar livros na livraria Cultura do Shopping Alfândega.

Quando abriu a Livro 7 de Maceió, os finais de tarde eram passados entre as suas estantes, conversando com amigos e leitores. Estou falando de meados da década de 70 e da minha convivência com os irmãos de Tarcísio: o João Maria, a Suely e o Ricardo, todos figuras excepcionais, atenciosos com os clientes e amigos do livro e do leitor.

A imagem que eu tenho do Tarcísio Pereira é a de um empresário que viveu com satisfação, trabalhando com o que amava e lhe dava prazer. Os negócios, tocou o quanto foi possível; mesmo quando encerrou as atividades na livraria, continuou trabalhando com livros, editando e convivendo com escritores e leitores.
Como se não bastasse tanta dedicação ao trabalho como livreiro e agitador cultural, era um folião. Isso não chega a ser um diferencial, porque o pernambucano que não é folião, ou não gosta de frevo, não viveu: nasceu morto.

Tarcísio Pereira é um dos símbolos que tenho da cidade do Recife; é um desses personagens que vai crescer ainda mais com o tempo, quando as suas histórias forem escritas e, também, transformadas em movimento no audiovisual brasileiro.

Viva a Livro 7. Viva Tarcísio. Evoé.

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