terça-feira 8 de abril de 2025

Pra que serve um Senador da República?

Os três senadores de Alagoas ‒ Renan Calheiros, Fernando Collor e Rodrigo Cunha ‒ não trabalham com a ideia de projetos. Atuam como operadores de emendas parlamentares e apoio aos prefeitos e governadores em Brasília.

29 de janeiro de 2021 6:47 por Geraldo de Majella

Senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL)

O Poder Legislativo no âmbito da União é constituído pelo Congresso Nacional; este é formado pelas duas casas legislativas, a Câmara dos Deputados, que representa o povo, e o Senado Federal, que representa os estados da Federação.

Alagoas, na minha perspectiva, teve um senador, até o momento, insuperável: Teotônio Brandão Vilela (1917-1983), senador da República em duas legislaturas. Evidente que houve outros políticos importantes, mas que não se projetaram no cenário nacional defendendo causas relevantes.

A trajetória parlamentar de Teotônio Vilela teve início como deputado estadual. Em 1955, apresentou o projeto Operação Alagoas que, em síntese, tratava dos “aspectos vinculados à industrialização intensiva e descentralização do Estado, à reorganização administrativa e modernização do aparelhamento governamental, à preocupação absorvente pelo bem-estar e prosperidade do município”. Teotônio Vilela tinha então 38 anos.

Os projetos do Velho Menestrel transitaram da matriz energética, com o Programa Nacional do Álcool (Pró-Álcool), ao Projeto Brasil, Projeto Emergência, e o mais importante deles, o projeto de redemocratização do Brasil, iniciado com a Campanha pela Anistia para os presos e perseguidos políticos, em 1979. Teotônio estava com 62 anos.

Os três senadores de Alagoas ‒ Renan Calheiros, Fernando Collor e Rodrigo Cunha ‒ não trabalham com a ideia de projetos. Atuam como operadores de emendas parlamentares e apoio aos prefeitos e governadores em Brasília. A imagem nacional de Renan e Collor não é das melhores, por motivos distintos, mas o fato é que a grande mídia e a elite nacional não os suportam.

Rodrigo Cunha, para muitos, seria uma mudança de paradigma, mas pelo jeito isso não vai se concretizar. Ao defender as políticas neoliberais com tanto empenho, mesmo não pertencendo à elite econômica, como se diz em Anadia, “ouviu o galo cantar, mas não sabe onde”.

As pinceladas ideológicas do senador Rodrigo têm origem, suponho, no sucesso eleitoral de Bolsonaro em 2018. Esse não é, nem poderia ser, um caminho para quem se elegeu com o discurso da renovação política. O conteúdo do que seria renovação é inconsistente e perecível, criado pelo marketing no período eleitoral.
O senador, caso deseje mudar, deve estudar Alagoas e toda a sua complexidade. Construir um projeto que possa incluir a sociedade e não apenas os bilionários e os milionários; desses não espere nada a não ser afagos e convites para jantares onde o que interessa é o seu voto no Senado; voto, diga-se de passagem, contra os interesses nacionais, contra os trabalhadores e a classe média.

Rodrigo, para tirar os Calheiros do páreo só com muito trabalho e um projeto político onde o espaço do sonho, no melhor sentido, seja possível. É um desperdício fazer mais do mesmo com tão pouca idade.

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