25 de fevereiro de 2021 7:38 por Geraldo de Majella

O ex-governador Geraldo Bulhões, conhecido como GB, inaugurou um estilo de administração em Alagoas: os secretários eram chamados para despachar à noite e durante a madrugada. O prefeito de Maceió, JHC, introduziu esse estilo. Não é raro o internauta assistir a aparições ao vivo nas redes sociais nos horários noturnos.
Em 45 dias de administração, a sociedade maceioense não tem conhecimento de programas estruturados em que o planejamento seja o centro da discussão. O prefeito tem uma atração incontrolável pelas redes sociais. Sua gestão tem sido nessa base: improviso, lives e vídeos que não fazem qualquer sentido para os que têm o mínimo conhecimento de gestão pública.
Os principais cargos da administração, depois dos secretários e diretores de autarquias, não foram nomeados como medida de economia. É o que se comenta nos bastidores. Um secretariado de baixa qualificação é a fórmula perfeita para se obter resultados aquém do que a sociedade necessita da administração municipal.
O desconhecimento da administração pública salta aos olhos, mas o prefeito na sua impetuosidade e afã de se comunicar pelas redes sociais, tem se “achado”, como se diz nas redes. Dormir tarde e acordar cedo não são sinônimos de eficiência, e muito menos de qualidade.
Aparecer em vídeos com vereadores nos bairros periféricos e grotas de Maceió tem um tempo de validade. A população quer e vai cobrar resultados efetivos. O período de promessa já passou; ainda há um pouco de tempo, mas a tolerância da população com o gestor tem prazo de validade.
Os problemas de Maceió vão se acumulando. A prefeitura entrou na clandestinidade para não enfrentar o maior problema de Maceió: o afundamento de quatro bairros, e já há um quinto a caminho. A nomeação do advogado Ronnie Mota para o Gabinete de Gestão Integrada para Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros) é uma ação pirotécnica. O GGI e a Defesa Civil não têm condições técnicas para orientar o prefeito nem a população atingida pelos estragos provocados pela Braskem.
As redes sociais não são um instrumento adequado para governar. Como o prefeito não ouve ninguém, a sua marcha inicial poderá comprometer a sua administração. Não se pode acusar a oposição de obstruir o seu caminho. Pelo jeito, quem fará oposição a JHC é ele mesmo. É uma questão de tempo.
1 Comentário
Crônica de uma morte anunciada! Fazer politicagem à sombra do pai desde a adolescência não transforma ninguém em político competente, em gestor competente. A sociedade, que fechou os olhos para as candidaturas Que Realmente poderiam assumir com responsabilidade a administração do município,a prenderá mais um pouco nessa experiência? Ou seguirá dizendo que político é tudo igual e votando ao sabor das paixões do momento ou de 50 contos de reis.