4 de março de 2021 8:36 por Geraldo de Majella
O prefeito de Maceió, JHC, na quarta-feira (3), nomeou servidores “selecionados” através do Programa de Currículos Time Maceió. O prefeito anunciou que havia recebido mais de 20 mil currículos e que a seleção dos currículos foi realizada obedecendo a “critério técnico”.
A prefeitura dispõe de 1.415 cargos comissionados. Ao apresentar alguns poucos funcionários e não quantos foram ou serão nomeados, JHC aposta no esquecimento de uma das principais promessas de campanha.
Nos bastidores, o comentário corrente entre os aliados é que os vereadores e os partidos que formaram a coligação estão entregando as suas relações de nomes para serem nomeados. O truque anunciado pelo prefeito é que a escolha dos nomes se dá pelos currículos apresentados.
JHC declara que “estamos quebrando paradigmas, mostrando que podemos oportunizar profissionais que desejam contribuir na construção de uma Maceió mais forte e igualitária. Estamos sob uma nova administração, com novos valores”.
O prefeito cometeu um ato falho ao dizer: “esta foi apenas a primeira etapa; ao longo dos próximos meses, conforme as demandas forem aparecendo, novos currículos deverão ser selecionados”. A chave do golpe é essa frase. Os vereadores conhecem como ninguém os meandros das nomeações e querem mais. No primeiro momento estão aceitando essa farsa, mas a fatura será apresentada em breve.
Os atos praticados pela Administração Pública devem ser publicizados oficialmente, para conhecimento e controle da população. Esse é um dos princípios da administração pública que o prefeito de Maceió tem desrespeitado.
O Ministério Público Estadual (MPE), para o bem da sociedade maceioense, deve exigir os nomes, os currículos, como é feita a seleção das pessoas nomeadas e quais os critérios.
É provável que o “segredo” ainda mantido entre muitas pessoas com interesses e orientações político-partidárias distintas seja guardado, mas não será por muito tempo. Tancredo Neves, político mineiro, dizia com sabedoria que conversa entre três políticos deixava de ser conversa e passava a ser comício.
Esta “seleção” para os cargos comissionados através de currículos é um estelionato político.