6 de março de 2021 3:05 por Geraldo de Majella
O prefeito de Maceió, JHC, nomeou para as secretarias e autarquias diretores financeiros indicados pelos partidos aliados e pelos vereadores que constituem a base de apoio do governo na Câmara Municipal. Em menos de dois meses, o prefeito demitiu ou nem sequer nomeou os indicados. Essa atitude tem causado surpresa e perplexidade entre os aliados; as indicações publicadas no Diário Oficial são de nomes da confiança do prefeito e de João Caldas, pai do prefeito e a mão invisível da administração municipal.
O fato tem gerado desconfiança e insatisfação nos aliados. O prefeito tem o apoio da maioria dos vereadores, mas, para os vereadores, não honrou os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral e, mais recentemente, na formação da bancada que o apoia.
Esse contencioso está, pelo visto, longe de ser resolvido. Faz parte da personalidade do prefeito desconfiar dos que o cercam, sejam aliados antigos ou recentes.
O prefeito JHC tem desde o início do governo dado demonstrações de que exercerá o poder centralizando as decisões, nomeando para as diretorias financeiras pessoas de sua confiança – é o caso de Vanderlei Vieira, nomeado diretor financeiro do Fundo Municipal de Saúde ‒, mantendo sob seu controle as finanças de todos os órgãos da administração municipal.
A história tem registrado desastres administrativos e políticos quando esse tipo de prática ocorre. JHC faz questão de se apresentar como um político “moderno”, mas a sua carapaça aparece sobre a mesa.
Não será novidade se o fogo amigo o atingir com a força de um petardo. A conquista de resultados positivos na administração pública não é tão fácil como se imagina. Essa verdade deve ser dita: o êxito se obtém com planejamento, trabalho e inteligência; para tanto, é fundamental uma equipe técnica e política competente, ou seja, tudo o que não há na administração JHC.
Os aliados de primeira hora e os que foram sendo cooptados, todos têm um custo. Concorde-se ou não, essa é uma regra quase imutável na montagem dos governos. Resta saber se JHC quer partilhar de bom grado ou será obrigado a dividir ou até entregar a contragosto o governo para se manter no poder. Esta decisão será cedo ou tarde tomada; se for mais tarde, o custo será maior.
A bola, por enquanto, está com JHC; mas o jogo começou agora e há muito tempo para saber quem vencerá a partida. Quem vai perder, já sabemos: é a população.