sábado 23 de novembro de 2024

JHC substituiu indicações dos aliados por pessoas de sua confiança

Esse contencioso está, pelo visto, longe de ser resolvido. Faz parte da personalidade do prefeito desconfiar dos que o cercam, sejam aliados antigos ou recentes.

6 de março de 2021 3:05 por Geraldo de Majella

 

Prefeito JHC e o Vice-prefeito Ronaldo Lessa

O prefeito de Maceió, JHC, nomeou para as secretarias e autarquias diretores financeiros indicados pelos partidos aliados e pelos vereadores que constituem a base de apoio do governo na Câmara Municipal. Em menos de dois meses, o prefeito demitiu ou nem sequer nomeou os indicados. Essa atitude tem causado surpresa e perplexidade entre os aliados; as indicações publicadas no Diário Oficial são de nomes da confiança do prefeito e de João Caldas, pai do prefeito e a mão invisível da administração municipal.

O fato tem gerado desconfiança e insatisfação nos aliados. O prefeito tem o apoio da maioria dos vereadores, mas, para os vereadores, não honrou os compromissos assumidos durante a campanha eleitoral e, mais recentemente, na formação da bancada que o apoia.

Esse contencioso está, pelo visto, longe de ser resolvido. Faz parte da personalidade do prefeito desconfiar dos que o cercam, sejam aliados antigos ou recentes.

O prefeito JHC tem desde o início do governo dado demonstrações de que exercerá o poder centralizando as decisões, nomeando para as diretorias financeiras pessoas de sua confiança – é o caso de Vanderlei Vieira, nomeado diretor financeiro do Fundo Municipal de Saúde ‒, mantendo sob seu controle as finanças de todos os órgãos da administração municipal.

A história tem registrado desastres administrativos e políticos quando esse tipo de prática ocorre. JHC faz questão de se apresentar como um político “moderno”, mas a sua carapaça aparece sobre a mesa.

Não será novidade se o fogo amigo o atingir com a força de um petardo. A conquista de resultados positivos na administração pública não é tão fácil como se imagina. Essa verdade deve ser dita: o êxito se obtém com planejamento, trabalho e inteligência; para tanto, é fundamental uma equipe técnica e política competente, ou seja, tudo o que não há na administração JHC.

Os aliados de primeira hora e os que foram sendo cooptados, todos têm um custo. Concorde-se ou não, essa é uma regra quase imutável na montagem dos governos. Resta saber se JHC quer partilhar de bom grado ou será obrigado a dividir ou até entregar a contragosto o governo para se manter no poder. Esta decisão será cedo ou tarde tomada; se for mais tarde, o custo será maior.

A bola, por enquanto, está com JHC; mas o jogo começou agora e há muito tempo para saber quem vencerá a partida. Quem vai perder, já sabemos: é a população.

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