8 de março de 2021 10:20 por Geraldo de Majella
“Jamais um advogado teve de exercer seu mister em condições tão difíceis. Nunca, contra um acusado, foram cometidas tantas irregularidades”. O leitor pode pensar que essa declaração é de Cristiano Zanin, advogado de Lula. Essas palavras foram as primeiras ditas por Fidel Castro, no tribunal, em Havana. Fidel era advogado e ele mesmo quem se defendeu.
Esse fato histórico guarda alguma semelhança com o processo armado contra Lula. A Operação Lava Jato foi a cabeça de ponte que derrubou Dilma Rousseff através do golpe parlamentar-jurídico-midiático, com o auxílio luxuoso do Tribunal de Contas da União e dos militares; cada vez mais é evidente a presença destes agindo no âmbito interno. Dos fatos externos, o país soube depois que estourou a Vaza Jato; quando os serviços de espionagem e o Departamento de Justiça dos EUA têm suas participações diretas reveladas na trama golpista. E não era teoria da conspiração, como muitos afirmavam. O resultado foram condenações fraudulentas, para impedir, como de fato impediram, que Lula se candidatasse a presidente da República em 2018. Outra consequência é a econômica: as empresas da construção civil faliram ou perderam mercado internacional.
A Operação Lava Jato é a maior fraude jurídica da história do Judiciário do Brasil. Os seus defensores no início verbalizavam o combate à corrupção e os que são honestos intelectualmente, depois da Vaza Jato, estão mudando de posição.
O ministro Edson Fachin, com o intuito de preservar parte da fraude, anulou as condenações ‒ desde o início denunciadas como fraudulentas ‒ contra Lula impostas por uma ardilosa organização criminosa (Orcrim) dirigida, a partir de Curitiba, pelo ex-juiz Sérgio Moro e pelos procuradores federais que corromperam parte do Poder Judiciário brasileiro, utilizando documentações falsas e depoimentos repugnantes, inclusive o que levou o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina ao suicídio.
O ex-presidente Lula, gostemos ou não dele, deve, como qualquer cidadão, ser processado, se eventualmente houver provas concretas. As convicções individuais ou de grupos não podem condenar pessoas. O linchamento público e midiático é típico do regime fascista. O fascismo tem sido a ideologia que inspira e conduz as atitudes de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando dos Santos Lima, Januário Paludo, Roberson Henrique Pozzobon, da juíza Gabriela Hardt e dos demais.
Sérgio Moro e os seus auxiliares do MPF foram condenados pela história. Esses condenados não tem progressão de regime e as penas são ad eternum, assim como as dos nazistas. Os conspiradores contra a democracia e a liberdade são condenados pela História.
Lula, a história o absolveu antes do Judiciário. Sérgio Moro é um condenado.
2 Comentários
Muito bom o artigo. Ponderado e destaca que sejam quais forem as consequências, Sérgio Moro, seus cúmplices que nomeio na figura de Dallagnol, e todis os golpistas envolvidos estão condenados pela História. Ouviu Ciro Gomes? Marina Silva e cia. Iltda.
Não! Não estou conformada nem com meu primeiro comentário. Não! A condenação da história é muito pouco. Não pode ser apenas a “condenação da história”, que, pra essa gente não vale nada! A condenação tem que ser concreta, material, permanente e dura. Duríssima! Porque Moro e sua lava jato foram o carro-chefe de um golpe que destruiu o país e colocou os fascistas no poder.