15 de março de 2021 7:40 por Geraldo de Majella
O prefeito de Maceió, JHC, assinou, no dia 21 de janeiro, um decreto que passou a vigorar no dia 25. Nele, o valor da passagem do transporte coletivo foi reduzido de R$ 3,65 para R$ 3,35 e, com isso, a cidade tem a tarifa mais barata das capitais brasileiras.
Evidente que a população que utiliza o transporte coletivo ficou satisfeita com a redução de 30 centavos no preço da passagem. Mas o órgão responsável pelo transporte coletivo e pelo trânsito não apresentou um esboço mínimo sequer para discutir com a população políticas públicas na área.
O empenho da SMTT, cujo superintendente é o delegado da Polícia Federal André Costa, tem sido reprimir com apreensões de veículos, aplicar multas, e dessa maneira, aumentar a arrecadação da autarquia.
Maceió, não é de hoje, tem transporte coletivo precário; os trabalhadores e os estudantes sofrem em ônibus lotados, antes e durante a pandemia. A bravata da redução da tarifa não se sustenta; é necessário que se discuta a prestação dos serviços e que seja aberta a caixa-preta da SMTT e a das empresas que devem dezenas de milhões de reais à prefeitura.
Segurança no transporte coletivo é essencial, como também a regularidade nos horários noturnos, a instalação de pontos de ônibus descentes que ofereçam conforto e dignidade aos usuários e sirvam efetivamente de abrigos contra o sol e a chuva.
O prefeito ignora a necessidade de políticas públicas e intensifica a repressão, numa política institucionalizada para ordenar o trânsito, reprimindo os taxistas e os motoristas. Sutilmente, deixa o transporte coletivo nas mãos dos empresários.
Os usuários e a sociedade maceioense exigem mudanças de práticas administrativas e políticas, com transparência na gestão, discussão pública e democrática como o caminho para enfrentar os problemas. A discussão entre empresários e o gestor sem a participação dos usuários e das entidades da sociedade civil, do Ministério Público Estadual e do MP de Contas é mais do mesmo.
Esse não é o caminho de quem quer administrar com transparência, sem acordos de cúpula para que no final a conta não venha a ser paga pela população. Esse jogo, no sentido figurativo, sempre foi ganho pelos empresários, por WO. Está na hora da virada de jogo. O adversário, no caso, são os empresários e eventualmente o prefeito, caso vista a camisa patronal.
Durante a pandemia não teremos torcida no estádio. Mais um motivo para ficarmos de olho, galera.
1 Comentário
Nenhuma política para os diversos setores parece prosperar na Prefeitura de Maceió. O prefeito parece preferir vôos cegos, como Bolsonaro, de quem é aliado. O prefeito parece lançar mão de uma estratégia controversa que é manter os secretários sem capacidade de mando, sem capacidade de conduzir as políticas sob sua responsabilidade (deles, secretários). Quando o povo vai entender a desordem que parece crescer? Ou vai achar que é isso mesmo, a culpa é toda do antecessor, que era mesmo ruinzinho.