22 de junho de 2021 7:56 por Geraldo de Majella
O secretário de Turismo, Esporte e Lazer de Maceió, Ricardo Santa Ritta, foi exonerado do cargo após declarar: “ Hoje descobri que usar qualquer elemento com a ‘suástica’ é crime federal no Brasil. Pensava que a liberdade de expressão permitisse”.
Esse tipo de atitude me faz pensar que o ex-secretário não sabe que o nazismo durante a 2ª Guerra Mundial assassinou mais de seis milhões de judeus, ciganos, homossexuais, comunistas, prisioneiros de guerra, deficientes físicos e mentais e outras minorias.
O ex-secretário não se interessou pelas aulas de História no ensino médio cujo assunto era a 2ª Guerra e, no curso universitário ou após se bacharelar, permaneceu sem querer pelo menos se informar sobre o Holocausto.
O ex-secretário quis lacrar e causar? Lacrar e causar são palavras usadas nas redes sociais. Talvez. O fato é que esse “argumento” usado na sua conta no Twitter vai mexer com a sua vida daqui pra frente. Se não é um simpatizante do nazismo ‒ pode não ser ‒, é um benefício da dúvida.
Terá todo o tempo do mundo para estudar o que foi o nazismo e quais as tragédias que o mundo vivenciou a partir da ascensão de Adolf Hitler ao poder na Alemanha, Mussolini na Itália, Franco na Espanha, Salazar em Portugal, e o que foi o integralismo no Brasil e até em Alagoas.
A defesa da liberdade de expressão revelou ao grande público a sua infinita ignorância histórica. Até aquele momento ninguém sabia, e na sequência, outra revelação aconteceu: o fato de não saber que a defesa e ou a divulgação do nazismo e dos seus símbolos é crime federal.
A geração das mídias sociais tem sido ágil com os dedos e revela um fascínio quase irracional pelos instrumentos tecnológicos mais próximos, o aparelho celular e o computador, que adquiriram uma importância extraordinária para a vida de todos, mas a tecnologia não substitui as horas diárias de estudo.
Os “zumbis” das redes sociais têm causado estragos em suas vidas e nas vidas de outras pessoas quando agem apenas para causar e lacrar. Passam a ostentar a própria ignorância, muitas vezes alicerçada em preconceitos raciais, de gênero, étnico ou ideológico.
O jovem Ricardo Santa Ritta é uma figura típica dessa geração, mas não quero aqui condenar os jovens ou não jovens que estão nas redes sociais disseminando coisas boas, no campo da literatura, da política, da economia e da religião.
As redes sociais que na maioria das vezes transformam anônimos em celebridades, também em igual velocidade destronam quem se oferece para ser celebridade instantânea. O jovem que se vestiu como um “zumbi” e ostentou a suástica é o caso típico da celebridade com o sinal trocado e que, se não for uma pessoa acometida de alguma doença mental, pagará um alto preço perante a sociedade local e sua família, além de ter desrespeitado os milhões de seres humanos mortos em fornos crematórios em vários países europeus na 2ª Guerra Mundial.
Lembro o poeta Augusto dos Anjos: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”.