9 de agosto de 2021 10:43 por Mácleim Carneiro
Quando uma mulher, alagoana por determinação natural, resolve por e expor em folhas em branco sua alma, sentimentos diversos, opiniões corajosas e um tanto de construções poéticas em forma de prosa, e tudo isso em meio a uma pandemia de um vírus mortal e pouco conhecido, que no início assustava ainda mais do que agora, ao ponto de gerar desespero ou imobilismo em muita gente, há que se prestar atenção a essa mulher e ao resultado de sua iniciativa.
Com esses ingredientes e mais um punhado deles, foi gestado ‘Vai Passar’, o primeiro rebento literário da multifacetada e sempre propositiva Weldja Miranda. Não que eu tenha me surpreendido integralmente, afinal, de uma realizadora como a Weldja Miranda, coisas boas sempre surgirão de sua verve inventiva. Entretanto, foi uma deliciosa novidade, descobri-la tão desenvolta nesse ofício caprichoso e para poucos e bons.
‘Vai Passar’ é de uma leitura estimulante e delicada, onde a realidade da autora, durante os primeiros meses da pandemia e da solidão do isolamento, foi revelada sem medo algum da vulnerabilidade implícita às coisas da alma e do coração. Escrito na primeira pessoa e com uma linguagem coloquial o suficiente para transformar o leitor em partícipe de uma confidência, a autora consegue construções semânticas que se equilibram entre poesia e prosa, com pausas para reflexões existenciais dela e de quem a lê.
‘Vai Passar’ traz um sopro de esperança, sem a pretensão de varrer a realidade. Quiçá, esse livro tenha uma missão a cumprir. Comecei a refletir sobre isso, quando, após lê-lo até o penúltimo capítulo, ficou num voo entre Salvador e São Paulo. Seguramente, seguirá voando e cumprindo sua missão em outras pessoas como eu.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!