14 de agosto de 2021 7:27 por Mácleim Carneiro
Mesmo sem ser um acumulador consciente, volta e meia é preciso desentulhar coisas acumuladas.
Recentemente, nesse processo fengshuiano, encontrei uma prova do meu tempo de estudante de jornalismo, para a matéria Cinema, ministrada pelo meu querido e já saudoso professor Elinaldo Barros, do qual tive o prazer de ser aluno em aulas memoráveis, sobre a sétima arte.
Minha nota foi um 10, mas o comentário dele é que foi tudo: “Gostei da viagem.” (foto 1)
Pelo o que deduzi, na minha prova, assistimos ao filme Barbosa, do cineasta Jorge Furtado, para depois comentá-lo. Ouso transcrever agora a minha “viagem”, como classificou o meu querido professor Elinaldo.
“Em 1950 eu tinha oito anos antes de nascer. Embora, ao nascer, tenha nascido campeão do mundo, nasci sob o signo da frustração, da humilhação e da derrota que “Barbosa”, o filme, e que Barbosa, o goleiro (foto 2), engendraram, antes de mim, para toda uma nação.
Silenciar sobre o enredo de 1950 não será e nunca foi possível, pois o silêncio esgotou-se, engoliu a si mesmo e foi engolido pelos milhares de cada um, que eram a alma de um país gigante que, naquela tarde, coube inteiro dentro de outro gigante chamado Maracanã.
No filme de Jorge Furtado, o passado e o futuro se encontram pela ficção. Na alma do torcedor brasileiro, esperança e frustração se encontram e se renovam pelas possibilidades que o filme propõe.
A quem cabe a culpa na crença inabalável do que pode acontecer? Essa reflexão, proposta por Barbosa, o filme, poderia ter passado pelo Barbosa goleiro, ao apito final do sonho de 1950. Mas, qual de cada um de nós, brasileiros, poderia responder ou defender essa “penalidade máxima”? Barbosa, Jorge Furtado, eu, você, professor Elinaldo, brasileiros e uruguaios, não temos mais prorrogação.
Fim
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!! ????