10 de setembro de 2021 9:20 por Mácleim Carneiro
A imaginação supõe, repõe, dispõe e se engana, quando, no início de mais um show do projeto Teatro Deodoro é o Maior Barato, no procênio do palco italiano da nossa centenária casa de espetáculos, com as cortinas cerradas como retaguarda enigmática, quatro senhores trajados de ternos pretos, de semblantes e gestos tensos, iniciam uma espécie de jogral poético, numa formalidade que a poesia necessariamente não carece.
Talvez, você também pensasse: tudo bem; trata-se de mais um show de poesia e música do Nó na Garganta, cujo conceito vem de nafitalíticas décadas passadas, um tanto na contramão da celeridade sensorial que a modernidade propõe.
Pensasse, ainda, que ao descerrar das cortinas, algo semelhante poderia estar à sua espera, pronto para monotizá-lo ao ponto de se questionar a própria sensibilidade e o fato de estar ali.
Ainda bem que o pensar é livre e a realidade nem sempre reflete o ilusório. Nessas horas, o tempo caminha a passos lentos.
E assim, começou o show “Nós, Poetas”( foto) (referência à Confraria homônima) com um maracatu tranquilo, um início seguro para estabelecer o contraditório ao imérito pensamento pretérito.
Na segunda música, a banda titubeou um pouco na entrada, mas seguiu em frente com um afoxé, que tinha a mesma pegada leve da primeira, com frases do arranjo que lembravam alguma canção do Alceu Valença…
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???