9 de março de 2022 10:04 por Mácleim Carneiro
Na escassez aquariana, quase que absoluta, de lançamentos musicais para o carnaval – essa festa pagã tão necessária ao povo brasileiro, com trilha sonora específica e outrora tradicional –, esse tema tão empolgante e controverso, vale alguns recortes do que tenho pensado e escrito ao longo do tempo, e que vão desde o frevo em si e suas agruras e renascimentos, até ao desacordo sociológico e ideológico com o bloco Pinto da Madrugada, que já atingiu o paroxismo da idiossincrasia alagoana, ao ganhar o título de patrimônio imaterial da cultura de Alagoas, apesar de ser uma mimetização diminutiva e uma subserviência cultural ao vizinho Estado de Pernambuco.
Lembro-me, como se fosse hoje, de uma das conversas que volta e meia eu tinha o privilégio de vivenciar com o saudoso e querido Edécio Lopes. Ele, além de compositor inspiradíssimo, tinha uma bagagem carnavalesca empírica considerável.
Pois bem, lá pelos idos dos anos noventa, singelamente, o Edécio me expôs sua teoria sobre como e o porquê do frevo ter perdido terreno e espaço para o que se denominou chamar de axé music e os seus carnavais fora de época.
Edécio argumentava, com bastante propriedade, que, em contrapartida à estagnação das orquestras de frevo e o seu respectivo repertório, aconteciam verdadeiros espetáculos profissionais sobre os perambulantes trios elétricos de altíssimos decibéis e profissionalismo.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???