8 de abril de 2022 10:44 por Mácleim Carneiro
Era mais uma daquelas tardes calmas e serenas do bairro. Na rua principal, um passarinho piruetava no ar. Subia e descia em círculos, era um balé sinuoso, de aspirais em torno da copa de uma velha árvore centenária. Esta, por sua vez, permanecia inalteradamente estática; insensível às piruetas do pequeno pássaro. Sempre fora assim, anos a fio. Só alterava sua inabalável solidez em raros momentos, quando o vento raivoso insistia em desafiá-la, para uma dança que sempre acabava em chuva. Ela nunca conseguiu aprisionar o vento, por mais que para isso usasse todos os seus enormes galhos, como tentáculos. Tudo era calmaria no bairro, na rua, no ar. Até que um som seco e certeiro, vindo das trevas, estremeceu a velha e centenária árvore-mãe.
Gosto de escrever coisas sem sentido, porque às vezes me cansa o sentido das coisas.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!