5 de agosto de 2022 12:40 por Redação
Ao revisitar velhos escritos, tenho encontrado registros de uma época na qual foram factuais, mas agora tornaram-se ainda menos importantes do que antes, porém, com bastante benevolência, ganham um tantinho de viés histórico. Pois bem, um desses escritos foi sobre a cooperativa criada por alguns artistas do aquário, dentre os quais eu também fiz parte, lá pelos idos de 2010. O tema era polêmico e foi desenvolvido assim:
“A Cooperativa da Música de Alagoas, COMUSA, começou 2010 mostrando a que veio. O artigo 2ª, do seu estatuto, diz: “A Cooperativa tem por objeto social o fornecimento comum de serviços prestados pelos cooperados em qualquer área de execução musical”. Pois é o que a Comusa está fazendo, ao assumir a ‘curadoria’ das atrações musicais para a ARTNOR 2010 – Feira de Artesanato do Nordeste.
Parabenizo-os, pois, ao que parece, a Comusa foi além e dobrou o número de participantes solicitados pelo SEBRAE. Suponho que o cachê divulgado, 1.500 reais, foi mantido para cada artista. Não quero crer que o cachê tenha sido reduzido, em função do acréscimo de participantes. Do contrário, do que adiantou a interferência da Comusa nessa parada? Para continuar tudo como antes no aquário de Abrantes, onde a prática sempre foi: se tem onde cortar, então tira dos músicos, dos artistas? Aliás, prática comum à SECULT, que será responsável pelos contratos e pagamento dos cachês. Reitero: não quero crer que a Comusa pactue com isso! Particularmente, reconheço a importância de termos artistas locais sendo prestigiados em um evento como a Artnor. No entanto, não me iludo e acho que não cabe mais a velha e tão explorada desculpa da oportunidade, do espaço, e todas essas balelas, que só fortalecem um dos lados numa relação comercial. Isso mesmo! Se existe um contrato, está caracterizada uma relação comercial. Enfim, espero que ainda não seja a hora da Comusa acrescentar um novo artigo em seu estatuto.
Memória Afetiva
Já que, provavelmente, serei apontado como um dissidente reclamão, devo esclarecer alguns pontos:
1) Não é porque não estou entre os artistas selecionados para a Artnor, que tenho essa postura interrogativa, sobre a atuação da Comusa. Reconheço a importância do evento, porém, sequer me inscrevi.
2) Não tenho o intuito de polemizar. Pelo contrário, apenas abordei um ponto de vista, sobre uma questão que considero bastante pertinente e a qualquer um caberia fazê-lo.
3) Se a COMUSA conseguiu manter o cachê original para cada artista, ou ao menos negociou de maneira que não fosse diminuído, então, perfeito! Tiro o chapéu, pois, finalmente, estaremos no caminho certo.
4) Por fim, considero o exercício da minha consciência crítica uma forma de agir. E mais, uma forma de agir honestamente, posto que às claras, sem subterfúgios, pois os argumentos advêm dos fatos. Além disso, o único bem que realmente possuo é a minha liberdade de expressão. Acredito, piamente, que somos o que defendemos.”
A título de contextualização, o escrito acima foi um post que eu publiquei no blog Quiproquó, que eu alimentava, à época. A COMUSA não existe mais, porém, foi uma bela tentativa de cooperação e espírito participativo, para um segmento importante e atuante da nossa produção cultural e de entretenimento. Nem lembro se os questionamentos feitos foram respondidos, porém, essas “picuinhas”, em prol da nossa classe, habitarão sempre a minha memória afetiva.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!