19 de dezembro de 2022 6:03 por Redação
O gestual na foto da capa do álbum ‘Tesouros’, que lançado pela cantora Renata Finotti, tem um simbolismo imagético muito forte, denso e, ao mesmo tempo, pleno de delicadeza.
Suas mãos, distanciadas entre si, próximas ao plexo, como se estivessem acariciando ou delimitando um ventre em gestação de uma vida, são bastante significativas e dizem muito do conteúdo que iremos encontrar capa adentro, pois o repertório traz as mesmas características de densidade e delicadeza, tão bem sugeridas pelas mãos.
O Monólogo das Mãos, do filósofo e ensaísta francês Michel de Montaigne, começa com uma simples pergunta: para que servem as mãos? Daí, ele desfia um rosário de verbos e cada um deles é uma resposta exata e precisa.
Alguns são bastante apropriados e fazem jus ao que poderemos descobrir no álbum Tesouros. Chamar, admirar, trabalhar, reger, construir, todos são verbos pertinentes a esse trabalho realizado a muitas mãos.
No Monólogo, o autor cita que ”a mão serve para o herói empunhar a espada e o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir.”
Pois bem, não me custa afirmar que com as mãos talentosas de alguns dos mais hábeis músicos do nosso aquário, Renata Finotti estabeleceu e construiu um padrão de qualidade refinado para o seu álbum de estreia.
Dinho Zampier foi além e também assina a produção musical e os arranjos. De certa forma, mostrou-se camaleônico e surpreendente! Digamos que saltou da água para o vinho, em termos de gênero musical.
No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!???