19 de dezembro de 2022 4:41 por Da Redação
A disputa pela presidência da Câmara Federal, marcada para 1º de fevereiro próximo, será o primeiro grande desafio político que o presidente Lula tem a enfrentar. Será sua principal ação no início do governo, pois o resultado dessa disputa norteará os dois primeiros anos, ou até mesmo os quatro anos, de sua gestão.
Certamente, o presidente eleito não governará na condição de refém do chamado Centrão, liderado pelo deputado Arthur Lira (PP/AL), como se vê na gestão de Jair Bolsonaro.
Os movimentos no tabuleiro do xadrez com vistas a essa eleição serão realizados com calma, cálculo político exato, articulação com as forças que venceram as eleições no segundo turno e com as que estiveram na oposição.
O deputado Arthur Lira se impõe como peça importante nesse tabuleiro. O alagoano é candidato à reeleição desde que foi eleito presidente da Casa, em 2020. Reeleito deputado federal, continua exercer influência sob os deputados centristas.
Entretanto, não terá a força que teve na disputa em que foi eleito (2020), quando Jair Bolsonaro usou tudo que foi possível para derrotar o deputado Baleia Rossi (MDB), candidato da oposição.
Mesmo com a derrota de Bolsonaro, e de seu candidato ao governo de Alagoas, senador Rodrigo Cunha (UB), o deputado do PP alagoano trabalha em busca de um novo mandato como presidente do Legislativo Federal, esforçando-se para reunir apoios para sua reeleição.
A diferença hoje, ou seja, dois anos depois, é que o presidente eleito emergiu das urnas com força popular e grande visibilidade internacional. O isolamento que Bolsonaro se colocou e a ação do senador Ciro Nogueira (PP), ministro da Casa Civil, e Arthur Lira, predadores dos cofres públicos com a instituição nefasta do Orçamento Secreto, não ocorrerá com Lula.
Para tanto é necessário fazer concessões de espaços no governo. O arco de aliança irá além do imaginado. É o real e duro jogo político.