21 de dezembro de 2022 1:30 por Da Redação
Com sustentação em laudo técnico, que constatou as denúncias, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Alagoas (Crea/AL) vai acionar o Ministério Público Estadual para identificar e punir os responsáveis pelos danos resultantes da pulverização com agrotóxico em extensa área rural, no município de Colônia de Leopoldina, na Zona da Mata alagoana. Segundo José Teodorico Araújo, engenheiro agrônomo e conselheiro do Crea/AL, a denúncia deverá ser apurada junto com o MP/AL.
A área, que passa pela entrada da Usina Taquara, seguindo para a localidade conhecida como Fazenda Mônica, pertence ao agricultor Maurício Alexandre da Silva, que nela planta diversas lavouras, especialmente banana e maracujá, em regime de agricultura familiar. Ele reclama da pulverização indiscriminada de agrotóxico, feita por drone, que destruiu suas lavouras gerando um prejuízo de quase R$ 300 mil, além dos danos ambientais.
O laudo técnico mostra que, sem precisar o ciclo produtivo, o cálculo dos lucros vincendos chega a R$ 1.469.620,25.
“Adentrando a área foi possível observar bananeiras tombando, sem estarem carregadas e cachos de banana com vários frutos amarelados e intocados, característica de amadurecimento forçado pelo efeito químico do herbicida, o que gera o amarelecimento do fruto sem que o mesmo esteja no estágio correto de maturidade, e não permitindo a natural aproximação de pássaros e saguis, que beliscam os frutos que amadurecem lentamente, seguindo o curso natural de amadurecimento”, diz o laudo técnico que comprova o crime ambiental.
A engenheira agrônoma Heloísa Muniz do Amaral, responsável pela avaliação dos danos, afirma que “para retomada de atividades econômicas agrícolas, com fins de geração de renda, levando em consideração que deverão ser tomadas diversas providências com o fim de desintoxicação do solo, só deverá ser possível num período de 15 a 18 meses, tendo como base prioritária a cultura da banana”.
O laudo mostrou que, além da banana e do maracujá, o plantio de cajás, abacates, cajus, cocos, goiabas, dentre outros, em área de 7 hectares, foi totalmente destruído pela aplicação de herbicida. A queima química, ou seja, o crime ambiental, atingiu ainda árvores de porte elevado.
“Diante de todos os prejuízos aqui levantados avalia-se que, para retomada de atividades econômicas agrícolas, com fins de geração de renda, levando em consideração que deverão ser tomadas diversas providências com o fim de desintoxicação do solo, só deverá ser possível num período de 15 a 18 meses, tendo como base prioritária a cultura da banana” – acrescenta o relatório técnico encaminhado ao Crea/AL.