quarta-feira 27 de novembro de 2024

Histórias Pra Cantar

"A experiência de gravarmos à distância, durante a pandemia, acabou sendo um salutar aprendizado e nos fez repensar clichês e dogmas técnicos, abrindo novos horizontes para outras possibilidades"

11 de março de 2023 5:46 por Mácleim Carneiro

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Na próxima terça-feira, dia 14/03, estará em todas as plataformas de streaming de música o álbum H’CORDAS, lançado pelo selo Batuta. Portanto, encontro-me diante da missão mais delicada e mais difícil no 082. Ou seja, não é exatamente confortável tecer comentários sobre o próprio rebento sem parecer cabotino, sem lamber a cria coletiva ou dourar a cauda do pavão em ocelos mirados ao próprio umbigo. Como não tenho um milímetro de distanciamento e isenção sobre esse trabalho, a única e honrosa saída me parece ser trazer aqui os textos que estão no encarte do álbum, no intuito de manter bem-informados os nossos14 leitores.

Assim sendo, na primeira página do encarte, temos o escrito ‘Histórias Pra Cantar’ esclarecendo que a primeira ideia conceitual era fazer um álbum utilizando apenas instrumentos de cordas, a partir das próprias cordas vocais. Essa ideia foi posta em prática só até a segunda página. Ocorre que, durante o processo de gravação, algumas canções demonstraram um apelo rítmico com tamanha intensidade, que pôs em xeque o conceito originário. Daí, trazer instrumentos percussivos para a cena do H’CORDAS tornou-se imprescindível! No entanto, a essência conceitual pretérita permaneceu acesa!

A experiência de gravarmos à distância, durante a pandemia, acabou sendo um salutar aprendizado e nos fez repensar clichês e dogmas técnicos, abrindo novos horizontes para outras possibilidades. Dessa forma, o resultado são canções alicerçadas na minha imensa gratidão à produção do Félix Baigon, à dedicação e talento de todos os músicos, artistas convidados, técnicos e colaboradores que, cada um em sua latitude, agregaram imensurável valor ao H’CORDAS. Agora, temos histórias pra cantar, construídas a tantas mãos!

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Lado A

História 1: ‘Leveza’ (Mácleim e Vera Garabini) é uma canção que foi feita, literalmente, a quatro mãos e no momento em que a letra me foi apresentada. Abrimos um vinho, adequei a iluminação ambiente, afinei o violão com a sexta em ré e a quinta em sol e começamos a montar o quebra-cabeças. Depois, Norberto Vinhas assinou o arranjo e deu encanto ao que nasceu nu.

História 2: Certa vez, assisti ao filme Quo Vadis, que tem uma cena na qual Nero aparece tocando sua lira, enquanto Roma é consumida em chamas. Fui dormir e os acordes da lira não saíram da minha cabeça. Na manhã seguinte, nasceu ‘Outra Canção’, onde Fernando Melo incendiou tudo, com violões mágicos.

História 3: ‘De Vera’, se chamava ‘Na Rede’, porém, a historinha que ela conta adequou-se perfeitamente ao que foi o início da minha relação com a minha companheira Vera Garabini. Daí, nada mais natural do que dedicar a ela esta canção, que o mestre Antonio Adolfo abençoou com a sua genialidade pianística.

História 4: ‘Distensão’ é uma canção que tem peculiaridades na letra, posto que foi alterada para melhor se adequar à forma de cantar da Irina Costa. Dessa maneira, a marchinha ganhou o charme especial do sotaque de uma Diva, e a sofisticação do arranjo para quarteto de cordas do grande Billy Magno.

História 5: Tem canções que já nascem imperativas, donas de suas vontades. ‘Nonsense’ foi assim! Ela dizia: só preciso de um contrabaixo groovado, seu Takamine surrado e mais nada. Daí, ninguém melhor do que o mestre Marcelo Mariano para arrasar total em sua performance e sensibilidade.

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Lado B

História 6: Ter lido ‘Canais e Lagoas’ (Octavio Brandão), foi fundamental para musicar o poema homônimo, do poeta Sidney Wanderley, pela abordagem tão familiar a quem, como eu, é da Zona da Mata canavieira e conhece bem o amargo do doce da cana, “como flores de fogo, como rubras rosas de dor.”

História 7: Em ‘Nisso Tem Luar’ (Mácleim e Pedro Cabral) tentei convencer ao poeta de que a repetição sistemática da frase, que dá título à canção, era um elemento importante na estrutura poética e também melódica. Depois, tudo ficou mais fácil e belo, com o arranjo para quarteto de cordas do Almir Medeiros.

História 8: ‘O Riso do Umbigo’ é uma canção que tem algo evidente. Porém, nela, existe a profundidade inerente a tudo o que é umbilical. Sobretudo, para um sujeito que adora rir de si mesmo. Por isso, a participação luminosa da Bruna Caram, reflete esse espírito de sorrir no que vai dizer, quando você for você.

História 9: ‘Feras’ estava adormecida há muito muito tempo, apesar do tema dessa canção ser atual ao nosso país excludente e cruel às minorias e os povos originários. Reaprendi sua harmonia e melodia, não alterei uma vírgula sequer, e ela se encaixou como uma peça definitiva e emblemática ao H’CORDAS.

História 10: O conceito original do H’CORDAS foi alterado em ‘Dicotomia’, que dividiu o todo em duas partes complementares. A partir dela, tivemos o privilégio de contar com a participação de dois grandes amigos: Carlos Bala e Fernando Nunes. Juntos, eles bancaram o groove swingado e riffs precisos.

História 11: ‘Amsterdam’ é uma cidade que eu sou fã. E, como tal, escrevi essa canção homônima, entre um canal e outro, lá mesmo, no final dos anos 1990. É a única regravação no H’CORDAS. Agora, ela ganhou trajes mais elegantes, com o intricado arranjo de cordas do meu querido irmão Eduardo Morelembaum.

História 12: Dizem que a cereja do bolo sempre fica para o fim. É o caso de ‘Paris Passou’ e suas cerejas imprescindíveis! Uma, a singela homenagem ao grande narrador esportivo alagoano Arivaldo Maia. A outra, o meu querido amigo Celso Viáfora, que protagoniza esse samba e lhe agrega imenso valor.

Se o tempo e o espaço têm forte relação com o número doze, pois o dia é dividido em dois períodos de doze horas, o ano tem doze meses, nossos relógios duas vezes doze horas e até os minutos são medidos em sessenta segundos (resultado de cinco vezes doze), então, por que não doze histórias em forma de canções? E o melhor, estará ao seu alcance em todas as plataformas de streaming, já na próxima terça-feira. Ficarei feliz em saber que o H’CORDAS teve o privilégio da sua audição!

SERVIÇO
H’CORDAS, Mácleim
Pré-save: http://tratore.ffm.to/hcordas
A partir do próximo dia 14 de março nas Plataformas: Spotify, Apple Music, Deezer, Amazon music, Tidal

No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!!!

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1 Comentário

  • Obrigado pela força, grande Majella!
    No +, MÚSICABOAEMSUAVIDA!????????????

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