24 de julho de 2023 1:05 por Thania Valença
Marcada para o dia 2 de agosto próximo, a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deverá mexer com os interesses econômicos do país. Nessa reunião, que acontece a cada 45 dias, o Banco Central vai definir a taxa básica de juros, a já famosa Selic. Desde fevereiro último, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à decisão do BC de mantê-la em 13,75%, as reuniões do Copom passaram a atrair ainda mais a atenção do mercado financeiro, ou seja, de quem tem dinheiro.
Em razão das críticas do presidente, a taxa de juros passou a ser um assunto nas rodas de conversas além do mercado, com muita gente querendo saber como esse dado econômico afeta o dia a dia da população. Mais do que nunca, a taxa de juros passou a ser notícia, com todos mundo querendo saber ser vai aumentar, diminuir ou se manter no mesmo patamar.
Então, no que a Selic afeta a rotina dos brasileiros?
Primeiro, é importante saber que Selic é a sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um programa virtual em que os títulos do Tesouro Nacional são comprados e vendidos diariamente por instituições financeiras. Esses títulos são certificados de dívida emitidos e vendidos pelo próprio governo, ou seja, é o meio pelo qual, além da arrecadação de impostos, o governo arrecada dinheiro para suas ações. Quem compra um título receber o valor de volta com o acréscimo de juros.
Mas é importante ressaltar que a maioria dos títulos do tesouro é comprada por grandes instituições financeiras.
Para fácil compreensão dos leigos em economia, é importante dizer que essa taxa influencia todas as demais taxas de juros do Brasil. Estão norteadas pela Selic as taxas cobradas em empréstimos, financiamentos e até de retorno em aplicações financeiras, incluindo aí a poupança.
Cabe unicamente ao Comitê de Política Monetária do Banco Central definir se ela sobe, desce ou fica estável, ou seja, se continua nos 13,75% atuais, índice mantido desde agosto do ano passado.
Criada em 1979, período em que a economia brasileira enfrentava um cenário de hiperinflação, a Taxa Selic é uma ferramenta de controle da inflação. Ao aumentá-la o Banco Central tem como objetivo desacelerar a economia, impedindo a inflação de ficar muito alta. Se baixa a Selic, o objetivo é estimular o consumo e aquecer a economia, aumentando a inflação quando ela está abaixo da meta.
Sem esquecer que qualquer mudança feita na taxa afetará o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que aponta a inflação do país. Medido mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA mostra a variação de preços de bens e serviços importantes no dia a dia das pessoas, como vestuário, alimentação, transporte, saúde, despesas pessoais, educação e comunicação.
Assim, além dos e investidores, todos os brasileiros sentem os efeitos da decisão do Copom.