24 de abril de 2024 6:04 por Da Redação
O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) reagiu à carta-renúncia em que o jornalista e empresário Alexandre Sampaio renunciou ao cargo de coordenador de Empreendedores do MUVB; a bióloga Neirevane Nunes renunciou à função de coordenadora de Meio Ambiente; e o professor Dilson Ferreira comunicou que agora é ex-coordenador técnico do MUVB.
A coordenação rebateu as críticas feitas pelos seu ex-integrantes é afirma que o MUVB é “um movimento apartidário, autônomo, independente e combativo, que não se submete ao estrelismo, personalismo, autoritarismo, mandonismo, desagregacionismo, divisionismo, agressividade verbal inconsequente e imobilismo prático impotente de quem quer que seja, sendo intransigente defensor da reparação integral das vítimas e da plena punição para todos os culpados, como sempre expressou em todas as oportunidades que teve”.
Leia a nota abaixo:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
AS INVERDADES DOS MEMBROS DO MUVB QUE RENUNCIARAM
Na noite de ontem (22/04/2024), com surpresa, e sem qualquer discussão prévia, os integrantes do MUVB – Associação do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem tomaram conhecimento de uma “Carta Renúncia” de três de seus membros, que além das inverdades publicadas internamente, viram essas narrativas nocivas serem publicadas na imprensa local. Diante das agressões assacadas contra membros do MUVB que permanecem, vem prestar os seguintes esclarecimentos:
1 – A carta começa fazendo alusão a diversas qualidades que um participante de uma entidade ou associação deve possuir: ser solidário, ter empatia, ser companheiro, ter um objetivo comum, ser corajoso, trabalhar em cooperação e não fazer disputa de ego.
2 – Divulgar uma “Carta Renúncia” com ataques a outros membros, de surpresa, e sem qualquer discussão prévia, anulando qualquer direito de defesa, sobre possíveis problemas internos existentes: É ser solidário? É ter empatia? É ser companheiro? É ter um objetivo comum? É ser corajoso? É trabalhar em cooperação? É não fazer disputa de ego? Que cada um tire suas próprias conclusões.
3 – O surgimento e desenvolvimento do MUVB foi (e é) obra coletiva de muitas pessoas atingidas pelo crime ambiental da Braskem, seja de modo ativo, carregando o peso das atividades, seja com apenas a mera simpatia e esperança de que futura justiça seja feita. Atribuir a uma única pessoa a criação do MUVB, no caso o presidente da Associação do Empreendedores do Pinheiro, hoje Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, Sr. Alexandre Sampaio: É ser solidário? É ter empatia? É ser companheiro? É ter um objetivo comum? É ser corajoso? É trabalhar em cooperação? É não fazer disputa de ego?
4 – O MUVB é, foi e sempre será, um movimento e uma entidade apartidária, embora entenda a importância de manter contatos e articulações com todas e quais autoridades, seja de que partido for, ou sem partido, que se disponham a ajudar o movimento em defesa das vítimas por uma reparação integral. Fazermos críticas ao passado de uma determinada autoridade porque antes nada ou pouco fez, mas que hoje se dispõe a ajudar é restringir consideravelmente a possibilidade de apoios em prol de nossa causa e deixar a Braskem livre para angariar todos os apoios que ela precisar. Todos os apoios que venham agora são bem-vindos e quem achar que não devemos aceitar esses apoios é ajudar a Braskem a manter suas injustiças e aleivosias.
5 – Quanto a audiência pública sobre a Braskem na Comissão de Relações Exteriores do Senado: Foi destinado pelo Senador Renan Calheiros 2 (duas) passagens para as vítimas, que seriam pagas pelo Senado, e que outras vítimas que quisessem ir poderiam participar com recursos próprios. Isso foi definido em reunião com a presença de todos os interessados e negar isso é negar os fatos. Se depois o Senador destinou outras passagens para outras pessoas é do alvedrio dele. Embora equivocado, ele fez o que achou mais acertado no momento.
6 – Sobre a renúncia ao GT do Governo do Estado sobre a Braskem: Foram nomeados formalmente para este GT, representando as vítimas, Alexandre Sampaio e Maurício Sarmento. Realmente as vítimas não participaram das duas ou três reuniões que houve com a Braskem, e em razão disso foi feito o devido protesto, se comprometendo o Governo a chamar as vítimas numa próxima reunião, que nunca mais ocorreu. Por conta disso houve uma acalorada reunião do MUVB em que a ampla maioria decidiu pela permanência no GT, mas o Sr. Alexandre Sampaio, passando por cima da decisão tomada pelo MUVB resolve por conta própria anunciar sua saída do GT. Como sua decisão não teve a repercussão que desejava redige posteriormente uma carta renunciando sua participação no GT, e sem qualquer discussão prévia com os membros do MUVB, divulga na imprensa, dando a entender com a sua decisão que esta era também do MUVB, e ficou irritado quando o MUVB em reunião com seus membros decidiu por unanimidade dos presentes fazer e divulgar uma nota de esclarecimento sobre este fato, esclarecendo que a saída era apenas do Sr. Alexandre Sampaio, e que o outro membro permanecia, dizendo agora que a Nota do MUVB foi covarde. Será? Covardia é discutir com os membros do movimento e encaminhar a decisão tomada? Ou covardia é passar por cima do que se decidiu anteriormente e de forma personalista tomar uma decisão individual esperando aplausos por um posicionamento que não refletia o pensamento da maioria?
7 – Segundo o solidário, empático, companheiro, possuidor de objetivo comum, corajoso, cooperativo e do não fazedor de disputas de ego, Sr. Alexandre Sampaio, poderia ele contrariar uma decisão coletiva, divulgar o que bem entendesse, gerando confusões no movimento e teria que ter a devida adesão, afinal foi um ato praticado por uma mente superior a qual todos deveriam ter subserviência, como este ato individual e personalista foi contestado e esclarecido, ficou ofendido, a ponto de criar cizânia no movimento, divulgando para o grande público, querendo aparecer como o salvador da pátria, e que todos os demais militantes que lutam por justiça e reparação integral é que são os vilões! A bem da verdade, todos os participantes da reunião concordaram com a nota e só uma minoria, aqueles que estavam sob a área de influência deste iluminado, é que reclamaram, mesmo assim de modo bem tímido, pois sabia do erro cometido!
8 – Sobre as gravações do programa eleitoral do Renan nos Flexais e distribuição de cestas básicas: Apesar do MUVB ser apartidário, seus participantes têm o direito de expressar individualmente, sem vinculação com o movimento, suas preferências partidárias, negar isso é negar a cidadania das pessoas e seu direito político. Quem manifestou preferências partidárias fez de modo individual sem qualquer vinculação com o MUVB. Ter recebido o Governador do Estado nos Flexais e ele ter manifestado apoio à luta desta comunidade por realocação, está tendo apenas um comportamento parcial; pois isso também foi feito com o Governo do Prefeito JHC, que preferiu não comparecer pessoalmente, mandando representante, que assumiu compromissos com a comunidade pela realocação, embora tenha posteriormente traído o compromisso assumido.
9 – A alegação de clara partidarização pró-governo estadual por parte do MUVB é algo que só merece o mais veemente repúdio do movimento. Na verdade, é uma cortina de fumaça para escaramuçar o real motivo, pois o MUVB é um movimento apartidário, autônomo, independente e combativo, que não se submete ao estrelismo, personalismo, autoritarismo, mandonismo, desagregacionismo, divisionismo, agressividade verbal inconsequente e imobilismo prático impotente de quem quer que seja, sendo intransigente defensor da reparação integral das vítimas e da plena punição para todos os culpados, como sempre expressou em todas as oportunidades que teve.
10 – Sobre a ameaça de morte ignorada: Vejamos: No dia 02/12/2023, numa reunião preparatório para o Ato Unificado Contra o Crime da Braskem, que aconteceria no dia 06/12, por volta das 12h15, Isadora Padilha conversa desesperada com Maurício Sarmento, estando perto dos dois, Cássio Araujo procura saber do que se tratava. Isadora passa o seu celular para o Maurício que passa para o Cássio e constava uma mensagem macabra noticiando a morte do Alexandre Sampaio, num matagal da estrada de São Miguel dos Campos. Todos ficaram horrorizados, Cássio fala para o Maurício ligar para o Alexandre, ele disse que o telefone chamava e não atendia. Cássio liga para a May (integrante do MUVB), pedindo o telefone da esposa do Alexandre, e ela passa o número. May pergunta do que se tratava, o Cássio esclarece e liga imediatamente para a esposa do Alexandre, que atende. Pergunta pelo Alexandre, ela diz que ele está ao lado dela. Pede de modo nervoso para falar com ele. Ele fala, Cássio tranquiliza-se e explica a situação, fica feliz por tudo está bem, passa o telefone para o Maurício que fala com o Alexandre em tom de alívio. Após isso Cássio chama a Neirevane e explica a situação. Ela fica bem nervosa, mas é explicado a ela que está tudo bem com o Alexandre. Após isso Cássio sai e oferece uma carona para Isadora. Durante o trajeto mantém uma conversa mais tranquila, mas ainda com traços de nervosismo dos dois. Cássio procura mais detalhes da mensagem macabra, ela explica que foi passada pelo companheiro dela, que alguém tinha postado num grupo de whatsapp que ele participa. Cássio pede para identificar a autora da mensagem. Dias depois Cássio fica sabendo pelo Alexandre e pela Neirevane que a Isadora não quer passar o contato da autora da mensagem, resumindo tratar-se de uma “senhorinha” que tinha problemas de saúde e não queria agravar a situação de saúde dela. No dia 07/12 Alexandre convida Neirevane, Maurício, Cássio e May para ir à Delegacia Central de Flagrantes, todos foram. Falam o Alexandre e a Neirevane, para prestar o BO. A Neirevane saindo do depoimento diz que a Isadora estava muito calma no dia do acontecido (o que não é verdade). Dias depois se sabe que foi aberto um inquérito policial, que ouve algumas pessoas, inclusive a Isadora, e o Delegado conclui pelo arquivamento do inquérito, que foi confirmado pelo Ministério Público. Alexandre Sampaio fica inconsolado com o arquivamento. Neste meio tempo presta entrevistas para vários veículos de comunicação denunciando o caso. Do dia do ocorrido até a presente data nada de relevante em relação à segurança do Alexandre ocorreu, nem para ele e nem para sua família. Isso foi uma ameaça de morte real, ou uma notícia macabra inconsequente? A partir daí o Alexandre vem divulgando a notícia de que vem sofrendo ameaça de morte, em razão desses fatos narrados. Essa ameaça de morte é real?
11 – As lideranças do MUVB foram acusadas de falta de solidariedade, empatia e companheirismo porque não tirou uma nota de apoio ao Alexandre, por conta da alegada ameaça de morte. Merecia esta nota, diante dos fatos narrados?
12 – Sobre o machismo e autoritarismo: Foi dito que nos dias que se seguiram o Coordenador-Geral do MUVB atuou com machismo e autoritarismo, impedindo em reuniões a manifestações de mulheres, principalmente aquelas que contrariavam suas opiniões. Essa acusação é a mais deslavada inverdade, pois quem conhece o Coordenador-Geral sabe do seu mais profundo respeito pelas mulheres e dos seus direitos como cidadãs e pessoas sujeitas da história ao lado dos homens, em uníssona igualdade, comportamento esse que vem desde a sua mais tenra idade.
13 – Sobre a falta de respeito à história de vida e de luta do outro: Foi dito que Neirevane Nunes, apesar de ter uma história de luta, que começou desde sua juventude, foi desrespeitada quanto a isso. Não procede a acusação. O que aconteceu é que muitas vezes, em relação aos eventos e entrevistas de maior visibilidade, por ser a Neirevane a responsável pelo Instagram do MUVB, e receber as demandas dos eventos e entrevistas, direcionava para ela própria e para o Alexandre os eventos e entrevistas de maior visibilidade, divulgando para os demais apenas os eventos e entrevistas de menor visibilidade. Isso ficou tão evidente que vários participantes do MUVB ficaram revoltados, defendendo que isso estava errado e que deveria ser corrigido. Na concepção do MUVB todos os participantes são iguais e merecem igual chance de aparecer e expressar suas opiniões sobre as atrocidades cometidas pela Braskem, não havendo pessoas especiais e nem superdotadas. Ela se incomodou com as críticas, bem como o Alexandre, na condição de beneficiado pelo privilégio. O que vocês acham? Procede o incômodo?
14 – Sobre o silêncio diante de uma campanha sórdida de intimidação e “assassinato de reputação”: Foi dito que Alexandre Sampaio foi vítima de ataques sórdidos à sua reputação. Realmente houve uma campanha injusta contra o Alexandre Sampaio. O Coordenador-Geral do MUVB entrou em contato pessoal com Alexandre Sampaio, emprestou sua solidariedade, mas o Alexandre disse que estava tomando suas providências. O MUVB estava articulando uma reunião com a Secretaria de Segurança Pública para tratar do assunto. Como dizer que não se estava fazendo nada? Acontece que os últimos dias diante do depoimento na CPI da Braskem, a própria pasmaceira em que estava envolvendo o MUVB com o clima de mal-estar que culminou na “Carta Renúncia” e outros problemas pessoais não se teve tempo de concluir tudo o que se pensava fazer sobre o caso. São justas a crítica ao MUVB sobre esse assunto?
A “Carta Renúncia”, sem uma prévia discussão interna, e sua publicização para a imprensa, é um grande desserviço para a causa do MUVB, e uma vitória para a Braskem, pois mostra uma profunda imaturidade democrática dos seus signatários, e um desejo de impor a qualquer custo seus pontos de vista.
O MUVB continuará em sua jornada de luta pelos direitos das vítimas por reparação integral quanto aos danos materiais e imateriais que todos os atingidos tenham sofrido, pela realocação das comunidades remanescentes dos Flexais, das Quebradas, da Marquês de Abrantes, da Vila Saem e do Bom Parto, bem como, por reparações aos danos sofridos dos moradores das áreas do entorno que vai da Chã de Bebedouro ao Farol.
A união é a nossa força!
Todos em defesa das vítimas da Braskem!
Maceió, 23 de abril de 2024.
CÁSSIO DE ARAUJO SILVA
Coordenador Geral
MAILDA DE FARIAS SANTOS
Coordenadora Financeira
MAURÍCIO SARMENTO DA SILVA
Coordenador Adjunto
KLEBER SANTOS SILVA
Coordenador Jurídico
MARCIRLENE MORAIS LOPES
Coordenadora Social
TAMIRES DE LIMA PEREIRA
Coordenadora do Núcleo Marquês de Abrantes
TIAGO FERREIRA LEITE
Coordenador do Núcleo dos Flexais
ROMUALDO OLIVEIRA SILVA
Conselheiro Fiscal
JACKSON DOUGLAS FERREIRA DE SOUZA
Conselheiro Fiscal
VALDEMIR ALVES DOS SANTOS
Conselheiro Fiscal
LEILA CRISTINA TAVARES QUEIROZ
Conselheira Fiscal Suplente
JOSIVALDO DA SILVA
Filiado