10 de julho de 2024 9:03 por Geraldo de Majella
O pré-candidato a vereador Thiago Prado, delegado licenciado, “causou” nas redes sociais da extrema-direita ao afirmar, durante o Canhão Podcast, do jornalista Wyderlan Araújo, que há, em Maceió, pré-candidato a vereador financiado por uma das organizações criminosas instaladas na cidade.
A fala teve grande repercussão e soou estranha por ele não apresentar o nome do suposto candidato faccionado, até pela condição de agente público de segurança, que dá a ele o dever funcional de comunicar o fato aos seus superiores e ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
O pré-candidato a vereador da “bancada da bala” sentiu o golpe e gravou um vídeo na tentativa de mudar o rumo da sua fala, do factoide que criou como artifício de propaganda eleitoral. No vídeo, aponta o exemplo de um deputado do estado do Rio de Janeiro que seria ligado a uma facção criminosa, mas não se manifestou sobre quem, em Alagoas, terá o mesmo perfil.
A bravata usada no Canhão Podcast não foi sobre o Rio de Janeiro, mas, sobre as eleições municipais em Maceió. A fala textual do delegado é essa:
“Existe facção criminosa que está incentivando uma candidatura de determinada pessoa que talvez tenha esse braço, essa relação com facção criminosa (…), mas há esse rumor de que uma facção criminosa de maneira específica esteja incentivando, inclusive financiando, candidatura para que determinada pessoa venha ocupar uma cadeira na Câmara Municipal”.
O fato é que o pré-candidato a vereador “arregou”, para usar a gíria do submundo do crime. Tentar passar a idéia de que a fake news plantada no programa foi uma criação da imprensa de esquerda é um claro sinal de desespero.
O pré-candidato extremista segura ou não o que disse?
Prado terá que se explicar
Ouvido pelo jornal O Dia, na edição dessa terça-feira, 9, o advogado e jornalista Fernando CPI, que faz parte da coordenação do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral em Alagoas (MCCE), disse que a fala do delegado é um atentado contra os candidatos sem mandato vinculados às comunidades carentes e periféricas.
“Estamos analisando a fala dele e se a coordenação do Movimento concordar com o meu entendimento, vamos entrar com uma representação contra esse delegado na Justiça Eleitoral, para que ele se explique e dê nomes aos bois. Afinal, o ônus da prova cabe a quem acusa”, afirmou CPI. “Quando a acusação é feita de forma genérica provoca essa suspeição, colocando todos dentro do mesmo balaio”, acrescentou.