segunda-feira 7 de abril de 2025

“Trem da alegria” em Tóquio: prefeitura manda servidores ao Japão pagando R$ 16 mil em diárias

Sem estudos técnicos que justifiquem gastos, servidores da Defesa Civil vão conhecer operadora que emprega sistemas de alerta sísmico em ferrovias

13 de novembro de 2024 6:22 por Geraldo de Majella

Railway Technical Research Institute em Tóquio | Wikipedia

 

O Diário Oficial do Município (DOM) desta quarta-feira, 13, traz as autorizações e respectivas diárias para Abelardo Pedro Nobre Júnior (coordenador-geral), Hugo Carvalho de Almeida (meteorologista) e Guilherme Henrique da Silva Santos (engenheiro civil). Os três realizarão uma viagem a Tóquio, no Japão, onde têm agendadas visitas ao Ministério de Infraestrutura, ao Railway Technical Research Institute (RTRI) e à operadora JR East, que emprega sistemas de alerta sísmico em ferrovias.

O coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, geógrafo Abelardo Pedro Nobre Júnior, não apresentou justificativa técnica fundamentada para a viagem ao Japão, com diárias totalizando R$ 16.289,28. Além disso, a Defesa Civil não realizou estudos que pudessem embasar discussões sobre a possível retomada do transporte de passageiros entre Lourenço de Albuquerque (Rio Largo) e Maceió, interrompido devido ao afundamento dos bairros atingidos pela linha férrea.

Os dois funcionários que acompanham a viagem, um engenheiro civil e um meteorologista, pelo que se sabe, também não possuem especialização em problemas relacionados à subsidência e afundamento de solo, questões diretamente ligadas ao impacto das atividades de mineração. A linha férrea pertence à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), órgão federal, que até o momento não apresentou qualquer estudo oficial sobre o desastre causado pela mineradora Braskem.

Estudos técnico não existem

Segundo uma fonte do Ministério dos Transportes, estudos técnicos deveriam anteceder qualquer visita ao Japão ou a outro país. Tais estudos são complexos devido ao caráter inédito do desastre provocado pela mineradora Braskem. A distância entre a linha férrea do VLT da CBTU e as minas de sal-gema é de cerca de 300 metros, com cavernas a mais de 800 metros de profundidade.

“As tecnologias japonesas são as mais indicadas para esse tipo de situação. No entanto, é necessário um estudo aprofundado sobre a situação do VLT de Maceió, algo que a CBTU ainda não realizou”, esclarece a fonte do 082.

Esses detalhes são fundamentais para uma análise séria e responsável do problema. Nesse contexto, a viagem em questão parece não oferecer contribuições concretas para avançar na solução do problema.

A viagem a Tóquio tem como finalidade criar conteúdo para as redes sociais do coordenador-geral da Defesa Civil, professor Abelardo Pedro, e da Prefeitura de Maceió. O coordenador e os dois funcionários embarcaram em um verdadeiro “Trem da Alegria” em Tóquio.

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