
Por Gabriela Oliveira*
Visitar o Museu da Imagem e do Som de Alagoas (Misa) é, sem dúvidas, uma das paradas obrigatórias no roteiro cultural do estado. Situado no histórico bairro do Jaraguá, entre a Rua Sá e Albuquerque e a Travessa dos Artistas, a instituição funciona há mais de quatro décadas.
O museu é responsável por expor os acervos pessoais de personalidades ilustres para Alagoas, tais como: Edécio Lopes, Freitas Neto e Dr. Raimundo Campos.
Edécio Lopes (1933-2009), apesar de ser pernambucano, é considerado um alagoano de coração. Foi radialista, compositor, escritor e, acima de tudo, um folião de carteirinha. Escreveu marchinhas carnavalescas que caíram na graça do povo, sendo elas: “Cidade Sorriso”, “Galo da Pajuçara” e “Marceió”.
Apaixonado pela música brasileira, numa entrevista concedida para a radialista Floracy Cavalcante em 1972, comentou: “Eu acho que o Brasil é um país rico de ritmos. Quero crer mesmo que nenhum país do mundo exista assim uma profusão tão grande de ritmos.”
É possível perceber toda a sua admiração pela música em seu acervo que está exposto nas instalações do Misa. O Espaço Edécio Lopes, além de contar com uma imensa coleção de discos de vinil, guarda os equipamentos de trabalho, medalhas e certificados do radialista.
Até o famoso guarda-sol para dançar o velho e bom frevo marca presença no cenário. O Carnaval de Edécio Lopes é um evento confirmado todos os anos nas Prévias Multiculturais organizadas pela Liga Carnavalesca de Maceió, virou tradição.
As fotografias de Edécio resgatam as boas lembranças e participam do lugar reservado para celebrar sua importância em Alagoas. Depois do seu falecimento, por decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC), os familiares decidiram doar a memorabilia. E o folião foi homenageado com uma exposição chamada “Festejar Edécio é Festejar Maceió”, por meio de uma pesquisa feita por Fernando Lobo, em 2015.
É possível explorar o espaço nos cinco dias da semana, o Misa abre às 08h e encerra suas atividades às 16h. Para quem tiver interesse, os funcionários estão à disposição do público e contarão a história do pernambucano que teve sua história fincada em Alagoas.
*Gabriela Oliveira é jornalista cultural no 082 Notícias